A minha
aldeia
Na
terra onde nasci….
Na
aldeia de onde vim
Existem
riachos de água pura
Onde
saciávamos a secura
Dessas
tardes de loucura
Numa
frescura sem fim…
Nessa aldeia
há rios e fontes…
Onde
pescávamos o peixe,
Regávamos
a horta
E
lavávamos a roupa
Que
secava entre os montes
A
minha aldeia ficou:
De
ruas quase desertas
De
casas e famílias incertas
Que
com os anos a passar
É
difícil de aceitar...
Eu
aprendi a mudar…
Para
agora recordar…
O
maravilhoso odor campestre
Que
com a primavera floresce
Entrando
pelas janelas abertas
O
que é difícil não lembrar…
Na
minha aldeia
Ao som
dos grilos a cantar
Eu
tinha sempre a ideia
De que
falava com o horizonte
E com
as estrelas a brilhar
E era
feliz por lá estar…
E sei
que para sempre recordarei
Aquela
aldeia perdida no nada
A
criança que fui e que sonhei
Numa
terra por mim amada
Sei que
nunca vou esquecer
Os
Invernos que ali passei
Como os
dias tão incrivelmente frios
E as
noites em que quase gelei
Mas ao
sabor das brasas
Que me
aqueciam e davam asas
Nós
fazíamos o fumeiro
Para
saborearmos o ano inteiro
Com o
que cultivávamos
E assim
os anos passavam…
Foram
tempos difíceis
Nessa
época de outrora
Apesar
da pobreza que passei
Trocá-los-ia
pelos d’agora?
Um bom
vinho para degustar
Umas
alheiras, para assar
Bolas
de neve, para guerrear…
E
enfim…
Deixo o
meu pensamento divagar
Como
borboletas a dançar
E volto
sempre àquele lugar
Para
rever as coisas e lembrar
Brincadeiras
de horas mortas
Com os
risos de quem lá vivia
Sem
nunca trancar as portas
Nem de noite
nem de dia…
Fredy, 2014