Sim, vou publicar aqui o meu livro, por partes, pois contem historias, fascinantes. é para todos, dos oito aos oitenta.
CAPÍTULO UM
Numa segunda-feira do mês de Outubro, a
professora da escola primária, Laura, como se chamava, no final das aulas e antes
dos alunos saírem da escola, perguntou a todos eles, com entusiasmo e
imaginando uma resposta positiva:
- Vocês gostam de histórias?
- Sim, claro! - responderam eles em
conjunto.
- Gostariam que eu contasse alguma?
- Sim! - responderam eles novamente!
- Então fica prometido que, a partir de
amanhã, neste, mesmo horário, eu contarei uma história.
- Oh, que fixe! - comentaram uns com os
outros, sorrindo de contentamento.
A sua intenção era a seguinte:
proporcionar-lhes mais interesse, curiosidade e vontade pelos estudos e assim
combater o absentismo. Tudo isto devido a estarmos no início do ano escolar!
Talvez isso lhes abrisse o apetite e criasse neles uma maior motivação pelas buscas
de aprendizagem e valores humanos.
Quando chegou à escola, no dia seguinte,
tal como ela imaginara, ninguém estava ausente. A pequena sala de aulas
transbordava de alegria e curiosidade. Todos estavam atentos e no seu devido
lugar, onde esperavam ansiosamente pelo final das aulas, para que pudesse
acontecer o que lhes fora prometido, no dia anterior.
E assim foi… Começou então a contar a
história, quase no fim da tarde de terça-feira:
- A minha avó Beatriz, que faleceu no ano
passado, tinha os seus oitenta e dois anos; dizia-me, várias vezes, que quando
era jovem, por volta dos seus treze anos, juntava-se com mais amigos e colegas,
da mesma e única escola, dali. Para assim, depois das aulas, e todos juntos,
aproveitarem o tempo da melhor maneira possível - dizia ela sorrindo e, ao vê-los com muita
atenção, continuou – Procuravam, então, os sítios mais resguardados, calmos e agradáveis
desta pequena aldeia. Aquela que, pouco a pouco, foi crescendo e se transformou
na linda vila de agora. A história surgia da boca da professora Laura, com voz
carinhosa, de quem recordava com alegria as vivências que a sua avó lhe
contara...
- Mas é uma história verdadeira? - perguntou
alguém
- Sim, eu conto porque vale a pena perceber
e entender o valor dos acontecimentos dessa época! Verão como é bonita e verdadeira!
- disse a professora, com satisfação, mas pouco tempo depois continuou.
- Sabiam que foi nesta aldeia que muitos
dos antepassados das famílias deste lugar viveram a sua juventude e até mesmo a
vida, pois foi donde a maioria nunca saiu.
De repente, sorriu e fez uma pausa, como se
acabasse de se lembrar de alguma coisa importante! Reparou que a curiosidade
estava estampada nos rostos da maioria dessas crianças, onde lhes perguntou a
sorrir:
- Quem de vocês tem mais alguma família daqui?
Além, dos vossos pais, claro?
- Eu, os meus avós maternos e um tio ainda
vivem aqui, nesta aldeia! - respondeu a Ana.
- Eu também! Ainda tenho tios e primos que
moram cá - disse uma outra menina que estava ao seu lado.
- Quanto a mim, já não sei ao certo, uns
dizem que sim, que tenho tias distantes, mas outros dizem que não... - disse
uma outra voz mais triste, suspirando, desta vez de um menino chamado André
Mário.
A professora, depois de engolir em seco,
retomou a palavra e prosseguiu:
- O que é certo é que esta pequena aldeia era
o único sítio que eles conheciam.
A professora observou e avaliou a reação de
cada um! Eles olhavam uns para os outros tentando desvendar alguma coisa, mas
denunciavam uma curiosidade geral! A paz reinava ali, naquela sala de aulas, e ela
continuou.
- Como vocês não podem imaginar, porque não
viveram nessa época, aqui não havia nenhuma distração. Quase todos os dias
faziam a mesma coisa.
- Oh, que chatice! - respondeu um outro
menino mais alegre, que se chamava Adolfo. Laura, a professora, sorriu-lhe e
deu uns passos em frente, e, levantando as mãos devagar, perguntou perguntando
a todos eles:
- Era uma seca, não acham?
- Sim, era realmente uma chatice! A não ser
que inventassem os jogos! - responderam alguns. Depois, a professora sorriu e
continuou.
- Pois assim fizeram! Então, logo após as
aulas e para preencherem melhor o tempo, alguns deles juntavam-se e faziam os
trabalhos da escola. Dividiam, assim, as incertezas e partilhavam todo o tipo
de problemas, desabafando e aconselhando-se, uns com os outros, o que era ótimo,
não acham? – disse, sorrindo. Olhou à sua volta e viu que estavam curiosos,
pelo que continuou…
-
Mas, não brincavam? - perguntou uma outra menina que se chamava Maria João.
-
Brincavam, sim, entre eles, como à macaca, cabra cega e às escondidas. Contavam,
também, todo o tipo de histórias, sendo alguns acontecimentos verídicos!
- Ah,
assim está melhor! – comentaram os outros.
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