domingo, 14 de outubro de 2018

DECLARAÇÃO


Depois de viver vinte e seis anos, uma vida, numa cadeira de rodas, eu pergunto-me se não chega de sofrimento?
Eu sei que ninguém é culpado da doença, progressiva, que herdei, nem sequer do infortúnio que me calhou. Talvez só o destino ou, eu mesma, numa outra vida, quem sabe?
As horas, os dias e os anos avançam lentamente, tal e qual, a minha doença… mas continuo viva, feliz ou infelizmente, não sei até quando, só espero que seja por pouco tempo.
Existem pessoas em situações piores que a tua. Ouço muitas vezes dizer, sim é verdade, mas também há situações melhores! Pelo menos quem tem dinheiro é uma grande ajuda! Mas quando não existe a sorte de possuir nenhum dos dois, o azar acentua-se.
Nem sei se me considere uma pessoa, com sorte ou com azar, porque tenho a mente sã, só sei que esta condição me traz, o maior sofrimento, mas também a maior alegria, é como viver numa prisão de porta aberta… Observando tudo mas impedida, pela minha condição.
No fundo, eu só desejo doar o meu corpo, talvez seja um pequeno, grande, passo para a evolução da cura da mesma. Já que não fui útil em vida talvez seja em morta, eu quero que fique escrito: Alfredina Ribeiro Almeida de cinquenta e três anos pretende doar o seu corpo para investigação.

terça-feira, 2 de outubro de 2018

QUANDO A SAUDADE ABRE A PORTA

Sempre que o meu olhar se depara com algo, inadequado e mesmo injusto, sou eu que por vezes, sem querer, envio os meus sentimentos, tentando adoçar o ambiente! Mas entristeço-me e regresso ao passado, aos tempos longínquos e que jamais esquecerei, lições vividas que amadureceram a minha vida, resumidos em pequenos gestos mas feitos de GRANDES vontades e gosto. Hoje em dia, entramos noutros tempos, onde a justiça é corrompida pela injustiça e o egoísmo fica Rei, tudo muda as nada melhora. Peço desculpa pelo  meu desabafo e    deixo um poema da minha autoria.




Pedido de ajuda


Que corrupio que confusão
É a lei abusadora e forçada
E não há dúvidas que o são
Ficando sem fazer nada

Quem os consegue melhorar?
Não tem sossego nem paz
Vê seu tempo descontrolar
E mesmo assim não é capaz

Sofrer tormentos assim
É como carregar uma cruz
Mas não penso só em mim
Quando chamo por Jesus

Pobres almas riem em vão
São alguns dos residentes
Que já não têm solução
Vivem sempre descontentes

Pobres de nós também
Que nada podemos fazer
Pois não somos ninguém
Nem sabemos a quem dizer


FREDY