quinta-feira, 30 de setembro de 2010

O PERFEITO DO IMPERFEITO 6ª parte


                     CAPITULO TRES





   Passados alguns dias, Helena desejava a todo o custo mudar a triste sorte que lhe bateu novamente à porta, mas nada mudou… Só e unicamente ela tinha que se resignar com o sucedido… Ela tentava conformar-se com o azar que invadia outra vez a sua vida, mas não encontrou alternativa senão a de acumular forças e ceder passagem a mais uma infelicidade… a solução morava exclusivamente no seu íntimo.
   Já que era impossível lutar contra esse azar, pelo menos lutava com ele tentando aliviar o seu peso, ao sentir-se incapaz de armazenar forças para superar mais uma vez a injustiça que despedaçava o seu âmago. Tinha que conseguir, não era permitido “nem a ela própria” desistir na etapa mais difícil, onde parecia ser impossível viver, mas também onde a nossa força é verdadeiramente testada, mostrando-nos até, a dimensão da nossa crença.
   A nossa aprendizagem era justamente essa, só porque a vida é constituída de bons e maus momentos. E Helena não desejava viver infinitamente com o inimigo, ou algo indesejável por ela, porque o principal problema reside no aceitar, sem revoltas. Achava a vida deveras cruel, e tinha a certeza: uma desgraça nunca anda sozinha.
   De nada adiantava a revolta, nada lucrava com a dor ou com a fraqueza, ela, só e unicamente seria a prejudicada, o seu corpo, a sua mente, só ela e mais ninguém. Por tudo isso era injusto deixar-se desfalecer.

   Passados alguns dias, recebeu a visita tão desejada das irmãs Armanda, Alexandra, maridos e quatro filhos, entre os cinco e dois anos, os quais ainda viviam a uns bons quilómetros de distância.
   Estas sempre insistiram com Helena para que fosse viver permanentemente com elas, mas Helena, generosamente, recusou a oferta, imensamente agradecida ao mesmo tempo. Apenas porque não desejava acomodar-se ao mais fácil, dependendo assim dos outros, nem ser um peso para ninguém, evitava perturbar…
   Viu o seu quarto ser invadido, com prazer, pelos sobrinhos que gostou de rever, os quais já não via há vários meses, ficou com varias caixas de chocolates, as quais fez questão de repartir, um ramo de lindas rosas e outro de flores campestres, e por fim, um frasco de perfume com um óptimo e agradável aroma.
   Quando Helena ficou sozinha, ao fim do dia, pensou melhor no rumo que teria que dar à sua vida. Não queria ser um fardo para ninguém, disso tinha a certeza, evitava um futuro indesejado, tanto para ela como para os outros, talvez não o fosse presentemente, mas depois de alguns anos, poderia estar certa disso. Então ela recusava-se a empatar a felicidade de alguém, enquanto ainda tivesse oportunidade de escolha.
    Foi justamente agora, na altura em que ela “aprendia” a cuidar dela própria e ser completamente independente. No fundo sentia-se velha muito antes de o ser, sua vida apagava-se exactamente no momento em que acendia a verdadeira chama. Tudo se perdia mesmo antes de começar. Tudo com que sonhou um dia, morria, desmoronava-se agora, completa e inesperadamente. Sem ter o privilegio de saborear o maravilhoso e “verdadeiro” gosto do destino e da liberdade.
   Mas mesmo assim ela recusava-se a baixar os braços… a entregar as armas de sua vida sem batalhar, por esse motivo não lhe era autorizado desanimar agora. Não podia permitir-se ficar parada, sem nada fazer… de ficar à espera, sem ela própria saber do quê!... O seu principal objectivo podia não ser concluído, mas não baixaria os braços, não agora. Principalmente porque ela ainda estava viva, e era o principal sinal. Uma lágrima rolou dos seus olhos ao deparar-se com “o ursinho azul” e disse-lhe em pensamento: “- tu me acompanharás sempre!”.
   Helena desejava muitíssimo conquistar a felicidade, ao menos tentar ser feliz, a coisa mais ambicionada da vida, talvez impossível como aspirava, mas o seu desejo ainda era possível de concretizar. Talvez metade e pelo menos tentaria, especialmente porque acreditava inteiramente em si e nas suas capacidades.

   Ficou a saber também, que o pai de Luizinho tinha ido visitá-la enquanto Helena permanecia imóvel. Completamente despedaçado e abatido, foi ele que lhe levou o peluche e as lindas flores. Então achando-se incapaz de superar mais esse horrível desgosto, sentindo-se imensamente culpado e frustrado pelo acontecido esvaziou a arma na própria cabeça…
   Helena quando teve conhecimento do sucedido, não conseguiu perceber se ficou mais aliviada, mais culpada ou, simplesmente, mais horrorizada com o inesperado? Ela desejava unicamente que nada disto tivesse acontecido… ansiava somente a felicidade.
    Mas infelizmente aconteceu justamente o inverso sem haver remédio para o inevitável… Mas não era ela que dizia para aceitar ao compreender sempre a diferença? Partilhando eternamente a boa vontade com optimismo? A tal força invisível herdada pelo seu pai? O primeiro passo é sempre a parte do caminho mais difícil?... Seguir constantemente, de cabeça levantada… Não era esse o seu objectivo? Nada volta para trás, tudo o que passou simplesmente desapareceu...

   Foi aí que se lembrou da Joaninha, sua grande e única amiga, inclusive do primeiro corte de cabelo, aquele a que foi obrigada. Pois agora aconteceu-lhe exactamente a mesma coisa, por outros motivos. O maior de todos, o grande desafio da vida. Quando caiu completamente desamparada, na calçada, fez também uns golpes, e claro que obrigatoriamente ficou pela segunda vez quase careca.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

A UM ALGUEM



Não é fácil descrever, uma pessoa, normal, como tantas outras. Isto, só, porque cada um é único, por assim dizer, todos diferentes mas todos iguais… a sensibilidade e emoções por mais variados que sejam, preenchem-nos sempre… na balança das sensações por vezes deixamos o peso do orgulho ou dos ciúmes falar mais alto, outras vezes, é o carinho, o bom humor e a amizade que comandam as nossas fraquezas e amarguras… Milhares de sentimentos, sejam eles optimistas ou pessimistas, nos preenchem em qualquer instante. Para dizer, que no fundo, qualquer pessoa, pode ver aqui, o seu reflexo. Não acham? Pois que ninguém se ache perfeito, porque se engana, a grande ajuda é fazer e dar o melhor de si mesmo. Por fim… só espero que tu, minha amiga, continues como até aqui, uma pessoa acessível, carinhosa e firme, mas principalmente verdadeira.

sábado, 25 de setembro de 2010

QUANDO...


Quando, sentirmos, a nossa  vida desmoronar, e nós ficarmos parados, sem saber o que fazer... quando não conseguirmos encontrar solução alguma, nem para nada... olha à tua  volta e penssa que existem situações piores, que a tua, mais dificeis e diferentes... então esse penssamento ajuda a despertar o optimismo adormecido no fundo de cada um, de nós.



          
                

                   Presente Imperfeito                   

   Na encruzilhada da vida, eu parei o meu corpo…
   Atenta à beleza que se estendia à minha frente…
   E cansada de esperar pelo que não vinha, ou pelo que já passou…
    Imobilizei o meu “eu”, na minha solidão e na doçura dos momentos que embelezaram minha vida…
   Para “os” guardar nos recantos, dessa esperança vadia…
   E ver desfilar ao redor de mim, os sinais que eu esperava de Deus…
   Voavam e desfilavam à minha volta, e eu permanecia sozinha…
   E quis reencontrar bem no fundo, o porquê de uma existência… em pedaços…


quinta-feira, 23 de setembro de 2010

ORAÇÃO DAS MULHERES

 
Aqui FICA Uma Oração Diferente ... dedicada ás Mulheres ...

 
De Júlio Machado Vaz
Oração das Mulheres Resolvidas



Que o mar vire cerveja e os homens aperitivo, que a fonte nunca seque, e que
a nossa sogra nunca se chame Esperança, porque Esperança é a última que
morre...
Que os nossos homens nunca morram viúvos, e que os nossos filhos tenham pais
ricos e mães gostosas!
Que Deus abençoe os homens bonitos,
e os feios se tiver tempo...

Deus...
Eu vos peço sabedoria para entender um homem, amor para perdoá-lo e
paciência pelos seus actos, porque Deus, se eu pedir força, eu bato-lhe até
matá-lo.

Um brinde...
Aos que temos,
aos que tivemos e aos que teremos.

Um brinde também aos namorados que nos conquistaram, aos trouxas que nos
perderam, e aos sortudos que ainda vão conhecer-nos!

Que sempre sobre,
que nunca nos falte,
e que a gente dê conta de todos!
Amén.

P.S.: Os homens são como um bom vinho: todos começam como uvas e é dever da
mulher pisá-los e mantê-los no escuro até que amadureçam e se tornem uma boa
companhia para o jantar.

 

 

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

O PERFEITO DO IMPERFEITO 5

CONTINUAÇÃO:


   Lembra-se claramente da noite em que o apanhou em flagrante, ficando ela pessimamente mal, por ser principalmente uma amiga comum. Passeando pelo local onde se tinham conhecido, um pequeno parque meio deserto e meio escondido, onde Helena adorava ver o sol a ceder o lugar à lua com a cor avermelhada, assim nascia o crepúsculo, uma beleza que durava apenas uns minutos…
   Ouviu uns pequenos sussurros, espreitou com receio e preocupação, do que poderia dali surgir, deparou-se com dois seres bem conhecidos e muito entretidos. Interrogou-se se devia desviar-se para simplesmente deixá-los à vontade? Negar-se a interromper o que já estava interrompido? Ou mostrar a raiva que a consumia?
    Recorda-se exactamente do choque e do desconforto sentidos, da enorme ferida invisível que abria cada vez mais no seu intimo, da dor que procurava um encosto, e assim enterrava-se sempre mais fundo no seu coração, despedaçando-o completamente.
   Helena sem pensar duas vezes, retoma o caminho do esconderijo, de onde surgiam os murmúrios e tentando manter a calma, diz:
   -Boa noite importam-se de fazer menos barulho?
    Primeiro reinou o silêncio! O qual aproveitou para não deixar escapar a coragem armazenada pelo ódio, e sem dizer mais nada, rodou nos pés e saiu daquele local.
    Recorda-se indesejavelmente dos rostos colados, do ar espantado e de admiração lançado por eles. Lembra-se nitidamente do desgosto que a deixou inactiva até para respirar, da humilhação rejeitada pela sua consciência, da mágoa que recusava experimentar, da traição que humilhava todos os seus sentimentos e principalmente da raiva amarga que comandava todos os seus gestos.
    Ela simplesmente não queria acreditar no que os seus olhos acabavam de presenciar, recusava-se simplesmente a abrigar aquelas desastrosas imagens, aquelas que involuntariamente ficariam guardadas para a eternidade.
   Helena suficientemente humilhada e despedaçada pensou e repensou no que seria obrigada a fazer. Estava decidida a por um ponto final na relação que não chegou a amadurecer o necessário.

    No dia seguinte, depois de se olhar ao espelho, e ver a sua imagem nele reflectida… pálida e triste, os olhos inchados, com um brilho de desespero, denunciavam bem ter passado a noite em claro e a chorar.
   Paulina vendo-se na obrigação de uma atitude digna, mostrando não ser tão cobarde como demonstrara, veio ao seu encontro para tentar explicar o que aconteceu nessa noite sem encontrar explicações capazes ou viáveis.
    Helena simplesmente não amoleceu, estava decidida a terminar essa relação traidora. Sabia que para Paulina, era apenas mais uma “aventura,” unicamente isso e nada mais, pois sempre viveu em função da excessiva libertinagem, aproveitando-se do partido que pudesse tirar dos homens que lhe surgissem, saboreando assim os sentimentos da palavra libertação.
   Ao contrário de Helena, ela não deixava os sentimentos agirem. Vivia cada dia como se fosse o último, o primeiro pensamento ou impulso era o que verdadeiramente contava para saborear e avaliar o principal conteúdo da vida, facto que não a impedia de ter razão, porque a importância da liberdade derivava exactamente desses únicos momentos instantâneos.
    Olharam-se mutuamente e sem encontrarem palavras para se dizerem uma à outra, Helena desviou os olhos para a paisagem ao lado, a rua que se estendia para além dos vidros da janela, fixou inclusive, os olhos nos cortinados de cores vivas, ás riscas vermelhas e brancas, e com o ar abatido deixou Paulina explicar-se.
    -Não fiques assim, não te deixes abater, eu também não queria que isso acontecesse mas aconteceu… não dês razão ao primeiro desgosto… não deixes que esta decepção abale a tua busca de felicidade, vais amar ainda mais e melhor, acredita, a vida não se minimiza a isto!
    -Mas justamente comigo Paulina? Depois dizes que és minha amiga? Amigas como tu, prefiro não as ter! Alguém que eu amava? Porquê?...
    Perguntou-lhe Helena, com a desilusão à flor da pele e o ódio a transbordar, levantou o olhar e esperou que ela lhe respondesse, Paulina respondeu:
    -Desculpa mas não te queria magoar, talvez o meu maior defeito seja a franqueza da impulsividade. Primeiro porque sou e vou continuar a ser tua amiga, a menos que não queiras.
    Helena ouvia atentamente, ate parecia que a aconselhava encarando a realidade, algo que se calhar até continha a sua razão...
    - Segundo porque vais amar mais e melhor, eu recuso-me a ver-te desperdiçar a tua juventude como se não houvesse mais nada neste mundo… e ainda por cima com alguém que não merece o teu amor… - Paulina depois de fazer uma pausa, continuou… - E terceiro ele quis conquistar-me e eu não resisti, foi o meu maior erro, mas se não fosse eu… seria outra… isso te posso garantir, ele não vale nada...
   Por muito que recusasse aceitar este desgosto, por muito que lhe custasse acreditar nesta decepção, Helena sabia quem tinha razão. Quem melhor que Paulina conhecia os homens? Quem melhor que Paulina sabia o significado do egoísmo? Por muito que lhe custasse admitir, infelizmente assim aconteceu…

   O primeiro grande amor foi despedaçado e enterrado juntamente com a primeira desilusão e o primeiro grande golpe nos sentimentos mais activos… Talvez no lugar mais profundo da sua intimidade, onde nasciam as coisas mais belas que queriam habitar permanentemente no coração e na memoria.
   Mas a ferida recusava-se a cicatrizar, de tão profunda que foi marcada. A afeição, o respeito e a consideração sentidas, por ela, em relação a eles, desmoronou-se pouco a pouco, bloqueando a bondade e a amizade, que ainda lá pudessem existir.
   Fazendo um grande esforço para esquecer… ou melhor, virar esta pagina do livro da sua vida… porque esquecer era impossível, sabia que cada etapa passada, sendo ela desejável ou não, cada pequeno passo servia unicamente para aprendermos cada vez mais, melhor e sempre válido.
    Talvez no fundo, tudo o que a vida nos ensina é: tirarmos daí o melhor partido… e inclusivamente chegarmos à conclusão, de que cada episódio imprevisto serve apenas para melhor lhe retirarmos proveito, ou onde, no final de cada curva do nosso caminho ponderamos os passos, mais ao menos, validos do próprio trajecto.
   Após esta tragédia, todos os valores espirituais que Helena tentava a todo o custo germinar e manter puros no íntimo dela… nunca mais seriam os mesmos… justamente porque nada seria igual. A dupla traição perturbava e sujava todos os actos praticados e sentidos, que ainda pudessem florescer.

   Sim, porque a partir desse instante, a estima e o carinho evaporavam constantemente, por mais que quisesse ultrapassar esse capítulo era impossível, pois tinha ficado muito magoada, até no amor-próprio, conservando assim a inumanidade e o sabor perverso da derrota.
  Se calhar era esse o principal motivo, ao preferir ter uma amizade do sexo oposto. Simplesmente porque Helena percebia que entre mulheres havia sempre uma pontinha da inveja espreitando. Havia sempre rivalidade entre elas e geralmente não suportava esse desafio silencioso, esse ciúme traiçoeiro. E o segredo consiste exactamente em não ceder, nem nos deixarmos naufragar na fortaleza das ondas do desespero, da amargura e das dificuldades.
    Mas, principalmente saber que nada acontece em vão, nada aparece por acaso. Nós próprios temos a responsabilidade de lhe atribuir o devido valor, ou seja a lição valida, aquela que soubemos beneficiar com a derrota, “ porque o segredo da vida consiste exactamente em: nunca desistir”.






sábado, 18 de setembro de 2010

PARA O ÚLTIMO FIM-DE-SEMANA DE VERÃO

POIS É MEUS AMIGOS, O OUTONO ESTÁ QUASE A CHEGAR, E PARA QUEM GOSTA, AQUI FICAM MAIS  DOIS POEMAS  DA MINHA AUTORIA:


         CREPÙSCULO

O horizonte em fogo
No céu ardendoÈ a noite que chega
Do dia adormecendo

Ao longe eu vejo
Pouco a pouco se afastando
O brilho no horizonte
È o crepúsculo chegando.




     TEMPESTADE



A chuva bate nas vidraças lentamente e incerta

O vento corre, galopa nesta rua tão deserta

O bater da chuva e o uivar do vento

Quebram o silêncio e desafiam o tempo

Junto dessa vidraça eu contemplo a beldade

Beldade que traz o principio da tempestade


sexta-feira, 17 de setembro de 2010

MENSAGEM VERIDICA

QUANDO TIVERES AVANÇADO ATÉ NÃO CONSEGUIRES DAR  MAIS UM ÚNICO PASSO, ENTÃO CHEGASTE EXACTAMENTE A MEIA DA DISTÂNCIA QUE ÉS CAPAZ DE PERCORRER.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

AS 5 MELHORES POSIÇÕES



PARA QUEM DESEJA SABER... PARA QUEM ESTÁ CURIOSO E PRINCIPALMENTE PARA AQUELES QUE PENSAM SABER TUDO, PORQUE NINGUEM SABE TUDO, AQUI FICAM AS MELHORES POSIÇÕES NA CAMA E FORA DELA...




LINDOOOOOOOOOO...








ADOREI...


TENTEM...
















AHAHAH...




FOFOS!!!






DIGAM QUE GOSTARAM








PENSAVAM OUTRA COISA?

NÃO HA COISA MAIS LINDAAAA...

terça-feira, 14 de setembro de 2010

O PERFEITO DO IMPERFEITO 4

O QUE É PROMETIDO, É DEVIDO... AQUI VAI UM POUCO MAIS DA PRIMEIRA HISTÓRIA   DO MEU LIVRO," O PERFEITO DO IMPERFEITO".
HISTÓRIAS  REAIS, ÉPISÓDIOSQUE  EU TESTEMUNHEI, ONDE A TRAGÉDIA ESTÁ
SEMPRE PRESENTE.  


        CAPITULO DOIS

 

    Helena continuava agarrada ao “peluche azul” agora já sabia o significado da sua presença ali. Sabia também o porquê daquelas flores tão lindas em cima do móvel. Quase todas as perguntas continham uma resposta, fosse amarga, inadequada ou severa, eram reais.
    Não, não podia ser verdade, a condenação era demasiado grande… Deus não podia ser tão perverso, Ele não castiga, mostra unicamente o certo e o errado, oferecendo-nos a oportunidade de escolha. Helena tentava mentalizar-se com este pesadíssimo fardo, tentava encontrar uma desculpa qualquer para aliviar o seu sofrimento. Mas era deveras difícil.
   Onde muitas vezes não se faz o justo valor, ou se oculta a real verdade preferindo assim viver na ignorância, só para evitar a origem da verdadeira razão. Porque por vezes a verdade é tão simples que não se vê. E a escolha errada por vezes parece a “mais fácil”.
    Por falta de conhecimento ou por descuido não se tomam as decisões adequadas, mas sim as incertas, e depois alguém é obrigado a sofrer as consequências ou a pagar pelo inesperado. É este o triste jogo da injustiça desta vida onde o inofensivo é que sofre o erro resultando nesta cruel verdade, neste jogo da vida.

   Foi exactamente o que aconteceu a Helena, quando alguém se apaixona e pensa que o amor é único e verdadeiro, quando alguém pensa que é o maior e melhor de todos, o dono da certeza, levando qualquer um a recusar de ver, ou ouvir, o que é evidente.
   A verdade é que não existe pior cego, ou surdo, do que aquele a quem se oculta à realidade. Aquele que pensa saber tudo e ser o melhor “mas não sabe absolutamente nada”, pois somente assim se aprende. E ninguém nos pode ensinar melhor que a nossa própria escola da vida.
   Pois foi a primeira vez que teve relações sexuais, estava apaixonada pelo João, o rapaz com o qual já enamorava há alguns meses.
    A curiosidade acumulava sempre que ouvia risos e comentários das amigas a gabarem esse facto, acontecimento que cada vez mais, desejava conhecer.
   Sob a influência das amigas, cedeu assim à tentação da enorme curiosidade que lentamente a invadia. Poucos meses após o primeiro encontro, estava uma noite fria e chovia torrencialmente. Depois de assistirem a uma sessão de cinema, no pequeno e único teatro da vila. Abrigou-se numa pensão juntamente com ele, onde pouco a pouco, a intimidade entre eles ganhou terreno. Mas não sentiu nada de especial, além de sangrar como se chegasse a menstruação com dores horríveis sentindo-se bastante desconfortável.
    Não teve satisfação nenhuma, tanto como ouviu elogiar, antes pelo contrário, achou-se uma completa fracassada. Talvez isso se devesse ao facto de estar inteiramente tensa pela novidade, pois só depois da segunda relação, é que o prazer, vagarosamente tomou conta do seu corpo. Graças ao relaxamento que lhe foi oferecendo terreno, dando-lhe, pouco a pouco, a possibilidade de adquirir a descontracção, e confiança depositada nela própria.
   Foi nessa altura também, que Helena ficou com a certeza, da traição da pessoa amada. Ela foi-se apercebendo da sua ausência e indiferença. Parecia alheio a tudo ate às intimidades nascidas entre os dois.
   Preferiu então terminar o namoro a sustentar essa frieza indesejável, ou mesmo dividi-lo com outro alguém, tudo isto sem sequer imaginar que estava a germinar um ser no seu ventre ou a construir uma vida.
    Quando ficou a saber da gravidez, e sem pensar duas vezes, a revolta sentida falou mais alto. Então, de cabeça ainda quente, sentindo-se confusa e magoada, resolveu fazer o que já algumas amigas e muitas outras mulheres tinham feito. Um aborto…
    Sentiu-se com coragem suficiente para desistir e apagar tudo o que lhe recordasse o amor perdido. O primeiro grande amor, aquele que a ilusão ditava ser o único até ao fim da sua vida.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

PARABENS MARIO

O MEU QUERIDO AMIGO, MARIO, FAZ ANOS HOJE, E EU DEDICO-LHE ESTE POEMA COM MUITA AMIZADE E PERSEVERANÇA, NUNCA DESISTAS DE LUTAR, PRICIPALMENTE DE CORAÇÃO...

NA FLÔR DA VIDA



Afasta-te …


De quem te engana e foge sem deixar rasto


Ignora…


Quem pensa viver feliz pisando quem vive em seu redor


Acaricia…


A alma sedosa que a névoa dos teus olhos não deixam ver


Beija…


A testa e face do mundo que te envolve e te dá alegria


Grava…


No teu pensamento todos os momentos que fizeram tua vida


Recorda…


Tudo o que mudou em ti, o que passou e não volta mais


E acredita…


Que no fim de cada espinho há sempre uma flor a crescer


E por vezes sem perceberes te faz feliz

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

LIVRO DE HISTÓRIAS

ESTOU MUITO FELIZ, POR SABER QUE ESTÁ PRESTES A SAIR UM LIVRO DE HISTÓRIAS INFANTIS, AS QUAIS EU ESCREVI COM TANTA EMOÇAO, VONTADE E ALEGRIA POR SEREM DEDICADAS A CRIANÇAS... AÍ  VAI MAIS UMA DAS HISTÓRIAS.



O desejo de Margarida

Margarida era uma linda criança, como tantas outras, com os seus cabelos pretos, sedosos e volumosos pelo meio das costas. Os olhos e pestanas eram igualmente negros. Caminhava nos nove anos de idade e frequentava a escola com alguns amigos daquela pequena vila.

Mantinha-se tímida e bastante reservada, talvez devido ao facto de ser órfã de mãe. Esta perdeu, pois, a vida ao encaixa-la neste mundo. Ficou, assim, a viver com seu pai e avó paterna, os quais lhe davam bastante carinho. Porem, apesar de tudo, não se sentia muito feliz, antes pelo contrário, o vazio dentro dela tornava-se cada vez maior.

Quase todos os dias, sempre que regressava a casa vinda da escola, encontrava a mesma vazia, ou seja, sem ninguém. Por essa razão, ela dirigia-se instantaneamente para o quintal, que ficava logo atrás da sua casa. Ali podia desfrutar duma linda paisagem, que, embora sendo já bem conhecida, continuava a revelar-se encantadora e calma após um dia vulgar de muita agitação.



Numa dessas tardes normalíssima dirigiu-se ao local, que era costume frequentar. O pôr-do-sol estava lindo, com um maravilhoso arco-íris a envolve-lo, pois tinha estado a chover. Também, por essa razão, a lama era imensa.

Margarida fez um pequeno desvio, com o único intuito de escolher um sítio mais seco. Viu então algo a espreitar da terra enlameada e que brilhava ao ser embatido pelos raios de sol, que já eram fracos.

Lentamente baixou-se para apanhar o objecto que lhe chamara a atenção e que ainda continuava meio escondido nessa terra lamacenta. Puxou-o, então, um pouco para o conseguir arrancar e sacudiu-lhe a terra molhada que o envolvia.

Era um objecto redondo, grande e com uma certa cavidade, que ela imaginou ser de ouro. Seria, talvez, uma enorme tigela ou um vazo antigo? Estaria ele ali enterrado já há muito tempo? Sim, só podia ser e tudo denunciava esse facto.

Limpou-o cuidadosamente e agora o pensamento de Margarida foi o de estar defronte da Lâmpada Mágica de Aladin. Assim, como era uso, pediria três desejos. Só que os três desejos dela resumiam-se num só: a vontade louca de conhecer sua mãe.

Margarida deixou-se invadir por essa ambição e sentiu que a esperança a preenchia pouco a pouco. A única foto que ela conhecia da sua querida mãezinha, continuava exposta na parede do seu quarto. Ela era parecidíssima com a mãe, até nos cabelos. Todas as pessoas lhe diziam a mesma coisa e Margarida orgulhava-se desse facto. bolso do casaco, mantinha o pensamento no maior

E enquanto continuava a esfregar o objecto em questão com um lenço de papel, que encontrara no anseio que albergava em seu coração.

E eis que, de repente, o viu concretizar-se!... Ela ficou imóvel ao ver nascer dentro do reflexo, que emanava do vaso, uma imagem.

Margarida olhava aquela maravilhosa visão, que parecia um sonho ilusório e que, pouco a pouco, se tornava mais nítida e autêntica. Sim, era precisamente igual à sua foto de estimação… aquela que ela guardava como sendo o seu tesouro mais valioso: a sua Mãe, a sorrir-lhe!



A vontade tão acalentada por Margarida acabava de se concretizar, ou seria simplesmente uma fantasia!? Fosse o que fosse, não importava! O que era fundamental, naquele momento tão precioso, é que ela tinha o enorme prazer de estar a ver sua Mãe e com um lindo sorriso.

Margarida continuava deveras atenta, como que hipnotizada por aquela magia… estava até, de certo modo, com medo de desviar o olhar, não fosse ela esconder-se. Quando, neste mesmo instante, ouviu estas palavras:

- Acredita que, mesmo sem me estares a ver, eu continuo sempre contigo!

Repentinamente ela sentiu a humidade nos olhos e as lágrimas a quererem irromper, mas cerrou as pálpebras, recusando-se a deixa-las sair. E, quando as abriu novamente, a imagem tinha sumido… tal como ela temera.



Então ouviu uma voz bem conhecida, que a chamava repetidamente. Era sua avó, que tinha acabado de chegar a casa, com uma cesta de maçãs.

O crepúsculo aproximava-se lentamente e Margarida abraçou aquele objecto, que já era especial para ela. Sorriu para si própria e seguiu em direcção ao local onde era esperada. A escuridão avançou pela noite adentro e isso só ajudou Margarida a omitir aquilo que os olhos queriam revelar.

- Olha que vaso tão brilhante! Onde o achaste? Deixa--o ficar, que amanhã planto aí uma flor, disse a avó ao estender-lhe uma maçã.

Seu pai notou a súbita felicidade dela e quase lhe perguntou o porquê, mas felizmente que não o fez, pois, se isso acontecesse, Margarida não conseguiria esconder-lhe a verdade. Mas ele mostrou-se contente, simplesmente por vê-la assim.

Nessa noite ela dormiu suavemente, embalada com a doçura da maravilhosa visão…



No dia seguinte, quando regressou das aulas, deparou-se com uma planta já colocada no vaso que ela descobrira: era uma roseira branca, que a sua avó plantou para ela.

Margarida adorou aquela surpresa, pois era uma óptima razão para que esse vaso permanecesse eternamente com ela.

Os dias passavam e Margarida continuava a olhar o vaso atentamente, na esperança que lhe revelasse algo mais, mas ele nada dizia. Porém, mantinha acesa aquela suave recordação…

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

O PERFEITO DO IMPERFEITO 3

POIS É MEUS AMIGOS, COMO PROMETI E PODEM VER, AÍ VAI A 3ª PARTE DO  MEU LIVRO.


Já era manhã, talvez perto das nove calculava ela, visto ser hora do pequeno-almoço, altura em que foi ajudada e obrigada a comer um pouco de cereais e beber um copo de leite quentinho.

Quando o Dr. Rui Rodrigues, como estava escrito na etiqueta exposta no peito da sua bata, entrou pelo quarto dentro, com o ar bem disposto como era seu costume, parecia mais sereno, reservado e seguro de si, mas continuava bonito e cheio de charme. Cumprimentou-a alegremente, verificou a única máquina ainda lhe estava ligada, puxou a cadeira solitária de madeira nova que se encontrava ali e sentou-se ao seu lado.

Helena pode apreciar melhor todos os seus gestos, inclusivé até sentir o suave cheiro da loção que usava.

Helena sentia-se muito melhor fisicamente, até sentiu vontade de lhe sorrir ao dizer “bom dia”, como esperava que fosse, mas continuava com a cabeça cheia de perguntas, com bastante receio de saber qual seria o resultado. Sentiu também a necessidade de conhecer a cruel verdade…



Helena pediu respostas sinceras durante horas… Respostas intensas que levaram o Doutor a ficar com a sua paciente largos minutos. Quando ele acabou de lhe comunicar o relatório medico, retirou-se prometendo-lhe voltar brevemente na expectativa de a encontrar mais animada e mais esperançosa.

Saiu dali com os olhos repletos de lágrimas querendo espreitar, deixou Helena sozinha a seu pedido, para esta chorar à vontade, pensar sobre o futuro amedrontado e meditar sobre a triste tragédia que lhe tinha sucedido.

Finalmente ela ficou a conhecer as respostas às suas perguntas. Sim, Helena estava consciente do horrível acidente sofrido e da decepção crescente, a cada segundo, do seu presente incompleto.

Era demasiado perverso o sentimento que indesejavelmente se obrigava a sustentar. Como seria o seu dia a dia no futuro? Não imaginava, nem queria sequer pensar, no pavor que iria sentir ao encarar o seu destino, ou melhor, que já estava a sentir. Como enfrentaria o amanhã?

Foi alvejada por uma arma, sim… Foi uma criança a puxar o gatilho imaginando uma brincadeira… Duas pessoas, um acto repleto de fatalidade. Uma jovem de vinte e um anos ficava assim paraplégica para o resto da vida…

Não, a verdade não podia ser tão cruel… ela só podia estar no meio de um pesadelo prestes a terminar, mas a realidade estava à sua frente, nua e crua, como ela fez questão de saber. E seu corpo denunciava bem o facto do pesadelo ser real.



Era uma vez uma criança, que brincava na calçada… como se sentia muito só e pretendia ocupar melhor o tempo… resolveu ir buscar, sabendo onde, a arma do seu pai, ” uma verdadeira caçadeira “.

De repente… chega uma jovem conhecida, dessas paragens, uma amiga do Luizinho, um menino de seis anos. Até aqui tudo bem! Não tivesse ele a infeliz ideia de apertar o gatilho… com o impulso do disparo e com o peso da arma, o menino cai, bate violentamente com a nuca no degrau de cimento, e fica-se instantaneamente… assim acontece o pior dos pesadelos…

Foi um momento tão simples que trouxe consequências tão grandes... durou apenas segundos, mas a tragédia permaneceria por toda a vida, seriam enormes feridas para o destino…

De quem seria a culpa? Talvez unicamente do acaso. De quem era a responsabilidade? De ninguém em especial e de todos ao mesmo tempo. A culpada seria, única e simplesmente, a previdência.

Quanto ao pai de Luizinho, além de ser um viúvo, comum, com a irresponsabilidade de não esconder a arma de caça, era também um homem solitário e magoado com a vida. Vivia num mundo completamente isolado de tudo, daí deixar uma arma ao acaso, acessível às brincadeiras de um filho.

Deparando-se assim, de repente, com mais esta dor tão profunda… sentindo-se em simultâneo demasiado culpado e desesperado.



Helena chorava cada vez mais, abraçada ao peluche azul que agora lhe pertencia, lembrava-se do sorriso estampado no rosto da criança, dos enormes olhos negros, brilhantes que lhe transmitiam raios repletos de paz e doçura… as bochechas risonhas e fofinhas que denunciavam a sensação de felicidade, simplesmente por estar vivo, e poder desfrutar disso. Tudo se desmoronara, era crueldade a mais.

Deu liberdade às lágrimas para lhe rolarem pela cara… desejava afogar nelas toda a infelicidade que lentamente a consumia, nem sequer sentia acanhamento, nem timidez, procurava a paz interior que, bem recôndita, ainda habitava nela, e lhe roubava a serenidade.

Sentia-se revoltada com Deus? Com o seu destino ou com o acaso? Demasiado ferida perguntou-se: - Porquê não me levou no lugar de Luizinho? Teria sido muito melhor! Teria sido muito mais fácil a uma criança superar tal acidente, talvez porque tinha toda a sua vida pela frente!

A opção foi muitíssimo mal concedida, pensou ela! Porquê ficar numa vida inacabada? Numa vida incompleta nos caminhos do destino? Lançada ao acaso somente porque a imperfeição a alcançou? Devia ter decidido levá-la, agora que estava despedaçada pelo provir, agora que seria irremediavelmente remediável…

Assim o sofrimento seria menor!? Terá sido justo levar uma vida principiante e completamente sã? Deixando a outra suficientemente rasgada e perdida? Questionava-se Helena desesperada. Abraçada à única lembrança linda e palpável deixada por aquele que involuntariamente a atirou para um futuro imperfeito.

Mas a maior dor, a mais profunda e a mais pesada era a invisível, aquela sentida no centro do coração, aquela que lhe tocou inesperadamente na alma e que a acompanharia em todos os momentos da sua vida, a que seria injustamente obrigada a carregar.

Seria deveras difícil sentir-se despedaçada e ter que encarar a triste realidade! Ser obrigada a carregar esse fardo pela vida fora! Era uma existência demasiado injusta e realmente cruel!

Seria castigo de Deus? Seria por ter feito um aborto? Seria por ter cancelado uma vida sem pedir licença? Sem pedir permissão “ao colocar um ponto final “ na linha de uma vida? Seria este o preço a pagar por ter desistido de germinar uma vida futura?

sábado, 4 de setembro de 2010

POEMA PARA MIM

ESTE POEMA TÃO TOCANTE FOI UMA AMIGA FISIOTERAPEUTA QUE ME DIDICOU... OBRIGADA VÁNIA.

 CAÍDAS NOS MUNDOS DOUTROS MUNDOS
DOU POR MIM, SER HUMANA DE CORAÇÃO
VEJO REALIDADES IRRREAIS
NESTA ESFERA DE SOLIDÃO

PRESOS NELES MESMOS
PELAS CORRENTES DA  ALMA
OU NAS AMARRAS DO CORPO
OFEREÇO DA MINHA MÃO A PALMA

O QUE DÓI MAIS AFINAL
NÃO TER NOÇÃO DE NADA
OU SABER QUE TUDO ESTÁ MAL?

SOFRES FREDY, ESTÁS CANSADA
MAS SORRI ENQUANTO HA VIDA
A   ESPERANÇA É UMA BOA SAÍDA.