sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

POEMA MEU


Dia de Natal

 

 

Toda a manhã de natal

Amanhece com magia

Está frio, mas aquece-se

Com toda a nossa energia

 

Nesta manhã encantada

Neste dia abençoado

Onde a paz é redobrada

E o carinho elevado

 

O manto branco a cobrir

A paisagem adormecida

A neve continua a cair

Dando alento à nossa vida

 

Uma luz resplandecente

Brilhando com perfeição

Onde a esperança brotou

E invadiu o coração

 

Num dia diferente

Num dia tão igual

O amor é o presente

Neste dia de Natal

 

Fantasias amontoadas

Com magia, paz e luz

Sem esquecer que neste dia

Nasceu o menino Jesus

 

 

FREDY 2013

 

 

 

 

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

O PERFEITO DO IMPERFEITO

AQUI PUBLICO O  PRIMEIRO CAPITULO DO MEU LIVRO...
ELE ESTA   PRESTES A SAIR... NA CHIADO EDITORA!



CAPÍTULO UM
Uma jovem chamada Francisca
 
 
Despertando da longa viagem, o corpo que até agora estava calmo e inconscientemente indefeso, pouco a pouco, regressou ao mundo inconstante dos vivos. Retomou a realidade que a raptou por tempos incertos e voltou à certeza que a rejeitou, para um presente desconhecido. Voltou à vida serena que a tinha esperado em todos os momentos indefesos e despertou nela todo o encanto, revivendo cada minuto. O tempo tinha passado despercebido, mas permitira conservar a ingenuidade da sua juventude que agora era resgatada, inteiramente.
O corpo mantinha-se anestesiado, Francisca, como ela se chamava, tentou mexer-se. Mas tudo permanecia intacto, a mente começava a despertar. O lado físico continuava dormente e tudo em seu redor era calma. Só ouvia repetidamente, envolvido nessa serenidade, o som da máquina que permanecia ao seu lado, e fazia baixinho bip… bip... bip…
Tentou abrir os olhos lenta e receosamente, mas eles teimavam em fechar-se, por força da claridade que calmamente se fazia notar. Francisca continuava com dores, sem saber de onde provinham exatamente. Sentia-se, completamente perdida, sem vontade sequer para pensar. Como se acordasse de uma embriaguez, igual à que provou em criança quando quis saborear o gosto proibido.
Depois de abrir os olhos custosamente, olhou com algum receio à sua volta. Viu que se encontrava num lugar alheio, completamente desconhecido ao seu raciocínio. Tinha as paredes recentemente pintadas de branco e a cama ao lado estava vazia e como nova: apenas uma colcha cobria parte do colchão azul, que parecia igualmente novo.
O seu corpo permanecia imóvel e delicado, pesado e leve em simultâneo. Como se acabasse de acordar de um desmaio! Francisca continuava perdida e desorientada sem saber onde, nem qual o motivo de ali estar. Sentia-se como se estivesse adormecida há uma eternidade e tivesse deixado tudo para fazer. Despertava agora de um intenso sono e, sem perder mais tempo, tentou pôr as ideias em ordem era como se encontrasse a casa numa completa desarrumação após uma ausência longínqua, sem saber por onde começar, pois tudo se acumulava na sua cabeça. Mas o principal motivo era o medo guardado no seu subconsciente.
Ora se multiplicavam os seus diversos pensamentos, ora não encontrava nenhum. Ora as suas ideias se vestiam de felicidade, ora ficavam vazias e transparentes. Tudo se confundia, dentro de si e à sua volta, num total remoinho tempestuoso. Precisava de pensar, mas ao mesmo tempo não queria, pois não descobria forças para tal.
Passados alguns minutos, sem saber ao certo quantos, apareceu uma moça vestida de branco, talvez alertada pelo som de uma das máquinas, à qual ela estava ligada. Abriu, cuidadosamente, a porta e entrou. Parecia apressada… ou seria apenas imaginação dela? Tentou reabrir os olhos e fixá-los nela, pouco a pouco, para que se habituassem à pouca intensidade da luz crepuscular.


- Olá como se sente? Está bem? Precisa de alguma coisa? Perguntou a moça de branco, bem perto dela, lançando-lhe um lindo sorriso carinhoso e cheio de simpatia, onde Francisca pode apreciar os dentes brancos que sobressaíam por entre os bios vermelhos e carnudos.
Francisca esforçou-se e pensou em articular algumas palavras para conseguir responder-lhe: como é que acha que me sinto, ótima? O meu estado parece-lhe bem? Mas limitou-se a pensar, pois o som não queria sair A moça de branco aproximou-se das máquinas que estavam em seu redor para as observar melhor e desligar a que não era necesria.
Então, olhou admirada para a enfermeira, com uma expressão interrogativa e estupefacta, enquanto desviava o olhar para o relógio de parede. Depois, o seu olhar fitou um lindo ramo de flores variadas e coloridas que se destacava em cima da pequena cómoda. A moça olhou, outra vez, para ela e sorriu de novo ao dizer:
- São lindas, não acha? Francisca acenou com a cabeça, cheia de dúvidas. Sentia-se perdida, a naufragar no vazio incompleto, sem força nem disposição para nada, nem para perguntar o que tanto a afligia.
- Onde estou eu? Que faço aqui? Quem é a senhora? - Conseguiu ela pronunciar com algum esforço.
- Sossegue sim… acabou de acordar, não tenha medo… acredite que está em boas mãos, vamos devagar, sim? Vamos começar do princípio… disse-lhe ela carinhosamente, fazendo com que Francisca se sentisse mais tranquila. Por fim pegou- lhe na mão fria e respondeu-lhe:


- Chamo-me Elsa e sou enfermeira, como deve ter percebido e  

Calou-se instantaneamente, quando ouviu o som dos passos que se aproximavam da porta do quarto que estava entreaberta.

O sorriso que a moça de branco lhe transmitia ficou ligeiramente mais sombrio. Então acariciou- lhe, de novo, a mão, agora mais quente, e enviou-

lhe um olhar, carinhoso, com um sorriso meio murcho.

De repente, entrou um homem alegre e bonito, vestido com uma bata branca. Acendeu a luz provocando-lhe um impacto à visão. Mas também permitindo que ela o admirasse mais ao pormenor e verificasse o quanto era atraente. O homem lançou-lhe um sorriso charmoso e disse num tom queixoso mas sedutor:

- Viva! Ainda bem que está acordada, tenho cá vindo e está sempre a dormir! Isso o se faz!

Reconhecia aquela voz, sim, parecia vinda do fundo de um sonho distante e vago. Era aquela mesma voz que ouvia tantas vezes ao longe, e ao mesmo tempo tão perto. Era a voz mais meiga e

carinhosa que ouvira até então. Brincava com ela,
fazia-lhe perguntas, até lhe contava anedotas. Ela tentava responder, mas em o, pois qualquer resposta ou pensamento adormecia antes de chegar à meta. Francisca esforçava-se, mas de nada valia, os seus lábios não lhe obedeciam. Então ouvia como se fosse um eco, vindo sem saber de onde, talvez do fundo do nada que preenchia a solidão ou o vazio em que ela mergulhara.