Para quem gostou de ler,aqui vai a segunda parte:
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Brincavam, sim, entre eles, como à macaca, cabra cega e às escondidas. Contavam,
também, todo o tipo de histórias, sendo alguns acontecimentos verídicos!
- Ah,
assim está melhor! – comentaram os outros.
- Nós
ainda jogamos a isso, de vez em quando, sempre que vamos ao recreio! - disseram
outros.
- Sim, são mais divertidos do que muitos de
agora!
- É verdade, embora a tecnologia esteja, cada
vez, mais atual em tudo na nossa vida! – disse Laura.
- Pois. - proferiram eles.
-
Muito bem! Continuando… - disse a professora, ao respirar fundo.
- No
final de cada seção e do dia havia sempre alguém que se prontificava a contar
uma bela história vivida pelos seus antepassados, pais ou avós. Eram histórias
que ajudavam a viver, porque cada uma continha o seu valor. - explicava ela
esfregando as mãos.
- Por
mais que elas pudessem ser imaginadas era, também, uma boa e linda maneira de
aprender e de valorizar mais o lado humano, ou seja, o do coração. Principalmente
porque estavam na altura certa de saber e compreender que, nos vários problemas
da vida, existe quase sempre uma saída, desde que nunca se desista. - dizia-o
num tom persistente e acenando com a cabeça.
- O sítio preferido deles era uma cabana
abandonada, onde, por vezes, se refugiavam os pastores, caçadores e outros,
mais principalmente, quando chovia. Sim, porque nas alturas de caça, chovia
bastante! Nessa cabana, havia uma grande cheminé que podiam acender e
aquecerem-se nos dias mais frios! Quem escolhera aquele lugar tinham sido as
raparigas! Sabiam?
- Ai sim? E porquê elas? - perguntou, Adolfo,
um dos rapazes, interrompendo a professora
- Estás
com inveja? - respondeu uma rapariga, em tom de brincadeira.
- Calma, sim? Não comecem já a discordar! - disse
Laura levantando as mãos e continuando. - Isso só
aconteceu porque elas eram quatro, e eles três! E depois, a cabana ficava junto
a uma horta e a um rio. Antigamente era uma casa habitável pertencendo aos
familiares de uma amiga desse grupo. Onde havia várias árvores de fruto que
pertenciam aos pais dessa amiga. Assim, tinham permissão de ir petiscando
frutas ou legumes à medida que iam brincando!
- Ah, assim está melhor! - disse a mesma voz!
- Porque não é justo que elas fiquem sempre em vantagem…
- E comiam os legumes assim, crus? - perguntou
o André.
- Sim, claro que isso dependia do que se
tratasse. Mas pensem comigo, pelo menos eram produtos biológicos, ou seja, eram
naturais e puros, nascidos da terra preparada para isso mesmo!
- Eu, quando vou à horta, como cenouras
arrancadas na hora, e é bem bom! - exclamou a Ana.
- E eu adoro todos aqueles tomates
pequeninos, são ótimos e gosto bué! Que maravilha! - disse outra menina.
- Chamam-se a esses tomates cherry ou chucha,
o nome diz tudo! - disse a professora Laura, sorrindo, mas logo depois
continuou…
- Maria, como se chamava a filha dos donos da
horta, era filha única e de posses, que sempre desejou ter mais irmãos. Então
considerava-os a eles como família, uma vez que os pais alegavam não querer
mais filhos.
- Que sorte! Isso queria eu! Infelizmente,
tenho seis irmãos, todos mais velhos e só me chateiam! - disse o Adolfo.
- Eu só tenho uma irmã e chega-me bem! Como
me chateia, preferia por vezes não ter nenhuma! - interveio a Ana.
- Mas isso é sempre assim! Quem é que daqui
não tem mais irmãos? - perguntou a professora, ao mesmo tempo que dirigiu o
olhar para uma menina – a Elisa - que falava muito pouco, mas que respondeu.
- Eu não tenho nenhum irmão!
- Mas gostarias de ter? E porquê?
- Sim, adorava ter, mesmo que me chateassem,
ao menos tinha com quem falar, quando estivesse sozinha.
- Estão a ver? É sempre assim, quem não tem,
gostaria de ter, e quem tem irmãos, gostaria de ser filho único! É por isso que
eu digo: devemos valorizar o que temos!