terça-feira, 1 de janeiro de 2013

SER DEFICIENTE



O ser deficiente motor, presentemente, continua a ser uma verdade deveras difícil, simplesmente porque a maioria das pessoas não aceitam as diferenças e preferem viver na ignorância desta nossa sociedade, continuamos a lutar contra as dificuldades, a todos os niveis. As diferenças ainda nos distanciam, apesar dos, vários, obstáculos serem menores, continuam ainda muito presentes. Principalmente nas atitudes incorrectas de certas pessoas, as que deveriam pensar que nada acontece por acaso nem só aos outros. Porque, para além de termos a infelicidade obrigatória de lidar com este fardo, dia após dia, somos confrontados por barreiras, principalmente arquitectónicas, que nos impossibilitam e dificultam o acesso a várias superfícies.
É por esta mesma razão, que muitas vezes digo: Gostaria que todas as pessoas passassem alguns tempos numa cadeira de rodas,- talvez eu esteja a ser injusta, mas esse é o principal motivo de sentirem na pele e na alma, o peso da imperfeição do corpo e da perfeição da mente. Pois só assim compreenderam, um pouco, o que é viver numa prisão de porta aberta e somente assim, ganham consciência das dificuldades e da injustiça, da vida ou destino, que somos obrigados a suportar, quando sentimos constantemente peso do desânimo.
Quantas pessoas nos fazem sentir inferiores ao lixo, quando avaliam a perfeição do corpo em primeiro lugar, mas onde a mente é a principal função corporal e sentimental, quando elas próprias o são, sem saberem. Sem quererem perceber, que todos nós possuímos as nossas diferenças, pois se nem os gémeos são iguais, de pensamento. Sejam, as diferenças, melhores ou piores de corpo ou de mente, o principal lema é: todos diferentes mas todos iguais. Essa é a mais pura verdade porque os sentimentos são a única coisa que possuímos verdadeiramente.
Por vezes penso no quanto a vida é ingrata, na perfeição que dá a uns e nas máculas que oferece aos outros, mas eu por mim falo: não peço a perfeição, pois sei que ninguém é perfeito, por mais que o pensem, quero sim as melhoras, em todos os sentidos, simplesmente para dar o melhor de mim ao ajudar e ser ajudada também, porque todos, por mais que se recusem admitir, necessitam de ajuda, talvez tanto ou mais que nós...

Sem comentários: