segunda-feira, 25 de junho de 2018

POEMA Á MINHA ALDEIA


A minha aldeia


Na terra onde nasci….
Na aldeia de onde vim
Existem riachos de água pura
Onde saciávamos a secura
Dessas tardes de loucura
Numa frescura sem fim…

Nessa aldeia há rios e fontes…
Onde pescávamos o peixe,
Regávamos a horta
E lavávamos a roupa
Que secava entre os montes
A minha aldeia ficou:
De ruas quase desertas
De casas e famílias incertas
Que com os anos a passar
É difícil de aceitar...

Eu aprendi a mudar…
Para agora recordar…
O maravilhoso odor campestre
Que com a primavera floresce
Entrando pelas janelas abertas
O que é difícil não lembrar…

Na minha aldeia
Ao som dos grilos a cantar
Eu tinha sempre a ideia
De que falava com o horizonte
E com as estrelas a brilhar
E era feliz por lá estar…
E sei que para sempre recordarei
Aquela aldeia perdida no nada
A criança que fui e que sonhei
Numa terra por mim amada


Sei que nunca vou esquecer
Os Invernos que ali passei
Como os dias tão incrivelmente frios
E as noites em que quase gelei
Mas ao sabor das brasas
Que me aqueciam e davam asas
Nós fazíamos o fumeiro
Para saborearmos o ano inteiro
Com o que cultivávamos
E assim os anos passavam…

Foram tempos difíceis
Nessa época de outrora
Apesar da pobreza que passei
Trocá-los-ia pelos d’agora?
Um bom vinho para degustar
Umas alheiras, para assar
Bolas de neve, para guerrear…

E enfim…
Enfim…
Enfim…
Deixo o meu pensamento divagar
Como borboletas a dançar…

E volto sempre àquele lugar
Para rever as coisas e lembrar
Brincadeiras de horas mortas
Com os risos de quem lá vivia
Sem nunca trancar as portas
Nem de noite nem de dia…

FREDY








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