sábado, 19 de fevereiro de 2011

SER DEFICIENTE MOTOR


  O ser deficiente motor, nesta nossa sociedade actual, não é nada fácil, embora nada seja fácil presentemente. As diferenças ainda nos distanciam, apesar dos vários obstáculos serem menores ainda estão muito presentes. Porque, para além de termos a infelicidade obrigatória de lidar com este fardo, dia após dia, somos confrontados por barreiras, principalmente arquitectónicas, que nos impossibilitam o acesso a várias superfícies.
  É por esta mesma razão, que muitas vezes digo: Gostaria que todas as pessoas passassem alguns tempos numa cadeira de rodas, talvez eu esteja a ser injusta, mas esse é o principal motivo de sentirem na pele e na alma, o peso da imperfeição do corpo e da perfeição da mente. Só assim compreendem, um pouco, o que é viver numa prisão de porta aberta e ganham consciência das dificuldades que nos atacam quando sentimos constantemente peso da injustiça e desânimo.
  Quantas pessoas nos fazem sentir inferiores ao lixo, quando avaliam a perfeição do corpo em primeiro lugar mas onde a mente é a principal função corporal e sentimental, quando elas próprias o são, minimamente, de entendimento. Não compreendem ou, melhor, não querem saber que todos nós possuímos as nossas diferenças, sejam elas melhores ou piores e que o principal lema é: todos diferentes mas todos iguais. Essa é a mais pura verdade porque os sentimentos são a única coisa que possuímos verdadeiramente.
  Por vezes penso no quanto a vida é ingrata, nas máculas que dá a uns e na satisfação que oferece aos outros, mas eu por mim falo: não peço a perfeição, pois ninguém é perfeito, mas sim as melhoras, em todos os sentidos, simplesmente para dar o melhor de mim ao ajudar e ser ajudada também, porque todos, por mais que se recusem admitir, necessitam de ajuda, talvez tanto ou mais que nós.
                          FREDY

1 comentário:

Anónimo disse...

ser deficiente É SER mto eficiente perante tantos e tão diversos obstáculos
Mário