segunda-feira, 16 de julho de 2018

POEMA MEU



Sonho

Faço um castelo na areia molhada
E vou construindo um poema devagar...
Nas torres de nevoa e pontes levadiças
De indecisão amedrontada
Sei que palavra a palavra formo um verso…

Vejo a areia escoar-se lentamente
Na ampulheta dos séculos
E permaneço inerte e indecisa
Sem saber como acabar o poema…

Um exército de ondas chega repentinamente
Rompendo as linhas do horizonte longínquo,
Derrubando os muros do amanhã...

Então...
Pedindo-te ajuda deito-me na cama,
Feita de areia
Puxo o teu corpo
E dispo-o de palavras até te ver…

Ficamos assim…
Pois é tudo o que precisamos dizer
Suavemente chamamos
O amor para acabar o poema…

FREDY



 






Sonho dois


Mas nesses muros invisíveis
Feitos de frases inacabadas e soltas,
Onde as palavras se vão amontoando,
Lentamente e letra a letra
Pressinto o sopro do novo amor ausente,
Vagueando sobre as torrentes do tempo…

Grito por ele e quero aprisiona-lo
Nesta fortaleza intocável...
Onde só o sonho é permitido
Mas a neblina que sempre o rondou
Apropria-se do encantamento
Que o sustenta...
E engana-o...

Sufocando-o e desfazendo-o
Ficando apenas uma réstia de luz
Na areia molhada…

São nesses sentimentos firmes,
Leves e sombrios
Onde descobrimos
A firmeza que os sustenta…


FREDY





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