Sonho
Faço um castelo na
areia molhada
E vou construindo um
poema devagar...
Nas torres de nevoa
e pontes levadiças
De indecisão
amedrontada
Sei que palavra a
palavra formo um verso…
Vejo a areia
escoar-se lentamente
Na ampulheta dos
séculos
E permaneço inerte e
indecisa
Sem saber como
acabar o poema…
Um exército de ondas
chega repentinamente
Rompendo as linhas
do horizonte longínquo,
Derrubando os muros
do amanhã...
Então...
Pedindo-te ajuda
deito-me na cama,
Feita de areia
Puxo o teu corpo
E dispo-o de
palavras até te ver…
Ficamos assim…
Pois é tudo o que
precisamos dizer
Suavemente chamamos
O amor para acabar o
poema…
FREDY
Sonho dois
Mas nesses muros
invisíveis
Feitos de frases
inacabadas e soltas,
Onde as palavras se
vão amontoando,
Lentamente e letra a
letra
Pressinto o sopro do
novo amor ausente,
Vagueando sobre as
torrentes do tempo…
Grito por ele e
quero aprisiona-lo
Nesta fortaleza
intocável...
Onde só o sonho é
permitido
Mas a neblina que
sempre o rondou
Apropria-se do
encantamento
Que o sustenta...
E engana-o...
Sufocando-o e
desfazendo-o
Ficando apenas uma
réstia de luz
Na areia molhada…
São nesses
sentimentos firmes,
Leves e sombrios
Onde descobrimos
A firmeza que os
sustenta…
FREDY
Sem comentários:
Enviar um comentário