terça-feira, 25 de junho de 2019

OS 7 E A CABANA segunda parte


Para quem gostou de ler,aqui vai a segunda parte: 


   - Brincavam, sim, entre eles, como à macaca, cabra cega e às escondidas. Contavam, também, todo o tipo de histórias, sendo alguns acontecimentos verídicos!  
    - Ah, assim está melhor! – comentaram os outros.
    - Nós ainda jogamos a isso, de vez em quando, sempre que vamos ao recreio! - disseram outros.
   - Sim, são mais divertidos do que muitos de agora!
  - É verdade, embora a tecnologia esteja, cada vez, mais atual em tudo na nossa vida! – disse Laura.
   - Pois. - proferiram eles.
   - Muito bem! Continuando… - disse a professora, ao respirar fundo.
   - No final de cada seção e do dia havia sempre alguém que se prontificava a contar uma bela história vivida pelos seus antepassados, pais ou avós. Eram histórias que ajudavam a viver, porque cada uma continha o seu valor. - explicava ela esfregando as mãos.
   - Por mais que elas pudessem ser imaginadas era, também, uma boa e linda maneira de aprender e de valorizar mais o lado humano, ou seja, o do coração. Principalmente porque estavam na altura certa de saber e compreender que, nos vários problemas da vida, existe quase sempre uma saída, desde que nunca se desista. - dizia-o num tom persistente e acenando com a cabeça.
   - O sítio preferido deles era uma cabana abandonada, onde, por vezes, se refugiavam os pastores, caçadores e outros, mais principalmente, quando chovia. Sim, porque nas alturas de caça, chovia bastante! Nessa cabana, havia uma grande cheminé que podiam acender e aquecerem-se nos dias mais frios! Quem escolhera aquele lugar tinham sido as raparigas! Sabiam?
  - Ai sim? E porquê elas? - perguntou, Adolfo, um dos rapazes, interrompendo a professora
  - Estás com inveja? - respondeu uma rapariga, em tom de brincadeira.
  - Calma, sim? Não comecem já a discordar! - disse Laura levantando as mãos e continuando. - Isso só aconteceu porque elas eram quatro, e eles três! E depois, a cabana ficava junto a uma horta e a um rio. Antigamente era uma casa habitável pertencendo aos familiares de uma amiga desse grupo. Onde havia várias árvores de fruto que pertenciam aos pais dessa amiga. Assim, tinham permissão de ir petiscando frutas ou legumes à medida que iam brincando!
  - Ah, assim está melhor! - disse a mesma voz! - Porque não é justo que elas fiquem sempre em vantagem…
   - E comiam os legumes assim, crus? - perguntou o André.
   - Sim, claro que isso dependia do que se tratasse. Mas pensem comigo, pelo menos eram produtos biológicos, ou seja, eram naturais e puros, nascidos da terra preparada para isso mesmo!
  - Eu, quando vou à horta, como cenouras arrancadas na hora, e é bem bom! - exclamou a Ana.
  - E eu adoro todos aqueles tomates pequeninos, são ótimos e gosto bué! Que maravilha! - disse outra menina.
  - Chamam-se a esses tomates cherry ou chucha, o nome diz tudo! - disse a professora Laura, sorrindo, mas logo depois continuou…
  - Maria, como se chamava a filha dos donos da horta, era filha única e de posses, que sempre desejou ter mais irmãos. Então considerava-os a eles como família, uma vez que os pais alegavam não querer mais filhos.
  - Que sorte! Isso queria eu! Infelizmente, tenho seis irmãos, todos mais velhos e só me chateiam! - disse o Adolfo.
  - Eu só tenho uma irmã e chega-me bem! Como me chateia, preferia por vezes não ter nenhuma! - interveio a Ana.
  - Mas isso é sempre assim! Quem é que daqui não tem mais irmãos? - perguntou a professora, ao mesmo tempo que dirigiu o olhar para uma menina – a Elisa - que falava muito pouco, mas que respondeu.
  - Eu não tenho nenhum irmão!
  - Mas gostarias de ter? E porquê?
  - Sim, adorava ter, mesmo que me chateassem, ao menos tinha com quem falar, quando estivesse sozinha.
  - Estão a ver? É sempre assim, quem não tem, gostaria de ter, e quem tem irmãos, gostaria de ser filho único! É por isso que eu digo: devemos valorizar o que temos!

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