segunda-feira, 17 de junho de 2019

Os 7 e a cabana

Sim, vou publicar aqui o meu livro, por partes, pois contem historias, fascinantes. é para todos, dos oito aos oitenta.

                          CAPÍTULO UM

       Numa segunda-feira do mês de Outubro, a professora da escola primária, Laura, como se chamava, no final das aulas e antes dos alunos saírem da escola, perguntou a todos eles, com entusiasmo e imaginando uma resposta positiva:
    - Vocês gostam de histórias?
    - Sim, claro! - responderam eles em conjunto.
    - Gostariam que eu contasse alguma?
    - Sim! - responderam eles novamente!
    - Então fica prometido que, a partir de amanhã, neste, mesmo horário, eu contarei uma história.
    - Oh, que fixe! - comentaram uns com os outros, sorrindo de contentamento.
     A sua intenção era a seguinte: proporcionar-lhes mais interesse, curiosidade e vontade pelos estudos e assim combater o absentismo. Tudo isto devido a estarmos no início do ano escolar! Talvez isso lhes abrisse o apetite e criasse neles uma maior motivação pelas buscas de aprendizagem e valores humanos.
    Quando chegou à escola, no dia seguinte, tal como ela imaginara, ninguém estava ausente. A pequena sala de aulas transbordava de alegria e curiosidade. Todos estavam atentos e no seu devido lugar, onde esperavam ansiosamente pelo final das aulas, para que pudesse acontecer o que lhes fora prometido, no dia anterior. 
    E assim foi… Começou então a contar a história, quase no fim da tarde de terça-feira:
   - A minha avó Beatriz, que faleceu no ano passado, tinha os seus oitenta e dois anos; dizia-me, várias vezes, que quando era jovem, por volta dos seus treze anos, juntava-se com mais amigos e colegas, da mesma e única escola, dali. Para assim, depois das aulas, e todos juntos, aproveitarem o tempo da melhor maneira possível -  dizia ela sorrindo e, ao vê-los com muita atenção, continuou – Procuravam, então, os sítios mais resguardados, calmos e agradáveis desta pequena aldeia. Aquela que, pouco a pouco, foi crescendo e se transformou na linda vila de agora. A história surgia da boca da professora Laura, com voz carinhosa, de quem recordava com alegria as vivências que a sua avó lhe contara...
   - Mas é uma história verdadeira? - perguntou alguém
   - Sim, eu conto porque vale a pena perceber e entender o valor dos acontecimentos dessa época! Verão como é bonita e verdadeira! - disse a professora, com satisfação, mas pouco tempo depois continuou.
    - Sabiam que foi nesta aldeia que muitos dos antepassados das famílias deste lugar viveram a sua juventude e até mesmo a vida, pois foi donde a maioria nunca saiu.
     De repente, sorriu e fez uma pausa, como se acabasse de se lembrar de alguma coisa importante! Reparou que a curiosidade estava estampada nos rostos da maioria dessas crianças, onde lhes perguntou a sorrir:
  - Quem de vocês tem mais alguma família daqui? Além, dos vossos pais, claro?
  - Eu, os meus avós maternos e um tio ainda vivem aqui, nesta aldeia! - respondeu a Ana.
  - Eu também! Ainda tenho tios e primos que moram cá - disse uma outra menina que estava ao seu lado.
   - Quanto a mim, já não sei ao certo, uns dizem que sim, que tenho tias distantes, mas outros dizem que não... - disse uma outra voz mais triste, suspirando, desta vez de um menino chamado André Mário.
     A professora, depois de engolir em seco, retomou a palavra e prosseguiu:
  - O que é certo é que esta pequena aldeia era o único sítio que eles conheciam.
    A professora observou e avaliou a reação de cada um! Eles olhavam uns para os outros tentando desvendar alguma coisa, mas denunciavam uma curiosidade geral! A paz reinava ali, naquela sala de aulas, e ela continuou.
   - Como vocês não podem imaginar, porque não viveram nessa época, aqui não havia nenhuma distração. Quase todos os dias faziam a mesma coisa.
   - Oh, que chatice! - respondeu um outro menino mais alegre, que se chamava Adolfo. Laura, a professora, sorriu-lhe e deu uns passos em frente, e, levantando as mãos devagar, perguntou perguntando a todos eles:
  - Era uma seca, não acham?
  - Sim, era realmente uma chatice! A não ser que inventassem os jogos! - responderam alguns. Depois, a professora sorriu e continuou.
  - Pois assim fizeram! Então, logo após as aulas e para preencherem melhor o tempo, alguns deles juntavam-se e faziam os trabalhos da escola. Dividiam, assim, as incertezas e partilhavam todo o tipo de problemas, desabafando e aconselhando-se, uns com os outros, o que era ótimo, não acham? – disse, sorrindo. Olhou à sua volta e viu que estavam curiosos, pelo que continuou…
    - Mas, não brincavam? - perguntou uma outra menina que se chamava Maria João.
    - Brincavam, sim, entre eles, como à macaca, cabra cega e às escondidas. Contavam, também, todo o tipo de histórias, sendo alguns acontecimentos verídicos!  
    - Ah, assim está melhor! – comentaram os outros.

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