sexta-feira, 10 de agosto de 2012

O PERFEITO DO IMPERFEITO episódios finais


- Ser feliz!... Acho que isso é fundamental, é a ânsia de qualquer pessoa! Já que a felicidade completa não existe, existem momentos, que nos ajudam a preenche-la ao fazer com que isso seja algo inesquecível. 
   - Sem dúvida nenhuma, que tens razão! Como a tua ultima aventura, não é verdade?
 - É verdade sim, foi tão breve e marcou-me profundamente… são momentos assim, que nos ajudam a viver!… - Responde-lhe Helena pensativa…
 - Eu acho a felicidade ilusória! Diz Filipa. Um estado de espírito, nunca é como desejamos, por essa razão é preferível, aceita-la como aparece e altera-la à nossa maneira, é o melhor remédio.
   - Pois é, a felicidade constrói-se exactamente como um puzzle, com pequenas “peças” ou “momentos”, algo inesquecível.
    - Mas voltando ao mesmo assunto! À tua grande paixão. Insistia Francisca. – Nunca pensaste em casar?
   -Não! E então agora ainda menos, eu estou perfeitamente consciente do que sou e do que valho aos olhos dos outros! E o mais certo é ele já estar casado e com filhos!
   - E se aparecesse um príncipe encantado? Construías uma relação estável ou aventureira? Ao que ela respondeu:
   - Pode ser… se um dia eu me interessar por alguém, e eu pressentir o desejo dessa pessoa por mim, pelo que eu sou e como sou… porque não construir um romance?
   - Ah, afinal ainda tens esperanças… Dizia-lhe Francisca com um sorriso!
   - Claro, a esperança não é a ultima a morrer? E se tivesse uma relação? Qual era o problema? Sou humana e estou viva! Tudo é possível!
   - Claro… tens todo o direito, de o pensar e inclusivamente de o fazer.
   - Mas, a simplicidade pode tornar-se complicada, quando não é aceite como é. O que pode virar perigoso ao deixarmos o medo e a repulsa tomar conta de nós. Arrematou Helena.  
   - Eu entendo-te perfeitamente. Por isso preferiste acabar o romance? Concluiu Filipa.
   - Nem chegou a começar… eu não dei espaço nem tempo para que tal acontecesse, e foi o melhor que fiz, pois eu acho que tal facto só nos traria cada vez mais infelicidade! E porque estragar o que pode ser importante para recordar?
   - Por esse motivo preferes uma aventura momentânea? Insistia Francisca!
   - Depende! Para mim o que conta é o coração, pode ser de momentos, mas desde que sinta que é feito com sentimentos, vale tudo!
   - Foi talvez por estares carente! Tinhas acabado uma relação!
   - Se calhar!... Mas também te digo se me oferecessem a oportunidade de escolha, sem dúvida que era ele o escolhido, em tudo, eu sentia-me tão segura e amada. – Helena suspirou fundo e continuou. – Talvez eu pressentisse essa passagem e a quisesse guardar eternamente.
   - Acredito, achas que já não voltas amar assim?
   - Tenho a certeza que não, o amor transmitido por ele em relação a mim era real, e vice-versa, foi algo tão intenso, lindo e único. Algo que só se sente uma vez na vida.
   - Eu sei, nunca se ama da mesma maneira, cada pessoa tem o seu jeito de amar e ser amado! E cada experiência é única!
   - Acho que estou inteiramente de acordo contigo, e também estou consciente do que sou, e hoje em dia a maioria das pessoas querem o mais fácil e o mais rápido, sem se preocuparem, nem escolherem o melhor e mais valoroso para os outros.
   - E daí nasce o egoísmo! Remata Francisca!
   - Pois! Infelizmente hoje em dia, é o que há mais! Mas agora para de falar de mim! E quanto a ti, ainda pensas casar?
   - Claro que não, penso exactamente como tu! Não quero estragar, com a persistência, os poucos momentos belos que dão cor à vida e os quais ainda podemos desfrutar!
   - Sabes que ninguém é completamente feliz, nunca se está satisfeito com nada, exigimos sempre mais, e com essas exigências, acabamos por estragar o proveito que teríamos. Mas cada pessoa tem o seu jeito de pensar, de ver e aproveitar a vida como entender.
   -Claro, é esse mesmo o sentido da liberdade, ninguém deve julgar ninguém!

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