- Ser feliz!... Acho que isso é fundamental, é a
ânsia de qualquer pessoa! Já que a felicidade completa não existe, existem
momentos, que nos ajudam a preenche-la ao fazer com que isso seja algo
inesquecível.
- Sem
dúvida nenhuma, que tens razão! Como a tua ultima aventura, não é verdade?
- É verdade
sim, foi tão breve e marcou-me profundamente… são momentos assim, que nos
ajudam a viver!… - Responde-lhe Helena pensativa…
- Eu acho a
felicidade ilusória! Diz Filipa. Um estado de espírito, nunca é como desejamos,
por essa razão é preferível, aceita-la como aparece e altera-la à nossa
maneira, é o melhor remédio.
- Pois é,
a felicidade constrói-se exactamente como um puzzle, com pequenas “peças” ou
“momentos”, algo inesquecível.
- Mas
voltando ao mesmo assunto! À tua grande paixão. Insistia Francisca. – Nunca
pensaste em casar?
-Não! E
então agora ainda menos, eu estou perfeitamente consciente do que sou e do que
valho aos olhos dos outros! E o mais certo é ele já estar casado e com filhos!
- E se
aparecesse um príncipe encantado? Construías uma relação estável ou
aventureira? Ao que ela respondeu:
- Pode
ser… se um dia eu me interessar por alguém, e eu pressentir o desejo dessa
pessoa por mim, pelo que eu sou e como sou… porque não construir um romance?
- Ah,
afinal ainda tens esperanças… Dizia-lhe Francisca com um sorriso!
- Claro, a
esperança não é a ultima a morrer? E se tivesse uma relação? Qual era o
problema? Sou humana e estou viva! Tudo é possível!
- Claro…
tens todo o direito, de o pensar e inclusivamente de o fazer.
- Mas, a
simplicidade pode tornar-se complicada, quando não é aceite como é. O que pode
virar perigoso ao deixarmos o medo e a repulsa tomar conta de nós. Arrematou
Helena.
- Eu
entendo-te perfeitamente. Por isso preferiste acabar o romance? Concluiu
Filipa.
- Nem
chegou a começar… eu não dei espaço nem tempo para que tal acontecesse, e foi o
melhor que fiz, pois eu acho que tal facto só nos traria cada vez mais
infelicidade! E porque estragar o que pode ser importante para recordar?
- Por esse
motivo preferes uma aventura momentânea? Insistia Francisca!
- Depende!
Para mim o que conta é o coração, pode ser de momentos, mas desde que sinta que
é feito com sentimentos, vale tudo!
- Foi
talvez por estares carente! Tinhas acabado uma relação!
- Se
calhar!... Mas também te digo se me oferecessem a oportunidade de escolha, sem
dúvida que era ele o escolhido, em tudo, eu sentia-me tão segura e amada. –
Helena suspirou fundo e continuou. – Talvez eu pressentisse essa passagem e a
quisesse guardar eternamente.
-
Acredito, achas que já não voltas amar assim?
- Tenho a
certeza que não, o amor transmitido por ele em relação a mim era real, e
vice-versa, foi algo tão intenso, lindo e único. Algo que só se sente uma vez
na vida.
- Eu sei,
nunca se ama da mesma maneira, cada pessoa tem o seu jeito de amar e ser amado!
E cada experiência é única!
- Acho que
estou inteiramente de acordo contigo, e também estou consciente do que sou, e
hoje em dia a maioria das pessoas querem o mais fácil e o mais rápido, sem se
preocuparem, nem escolherem o melhor e mais valoroso para os outros.
- E daí
nasce o egoísmo! Remata Francisca!
- Pois!
Infelizmente hoje em dia, é o que há mais! Mas agora para de falar de mim! E
quanto a ti, ainda pensas casar?
- Claro
que não, penso exactamente como tu! Não quero estragar, com a persistência, os
poucos momentos belos que dão cor à vida e os quais ainda podemos desfrutar!
- Sabes
que ninguém é completamente feliz, nunca se está satisfeito com nada, exigimos
sempre mais, e com essas exigências, acabamos por estragar o proveito que
teríamos. Mas cada pessoa tem o seu jeito de pensar, de ver e aproveitar a vida
como entender.
-Claro, é
esse mesmo o sentido da liberdade, ninguém deve julgar ninguém!
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