DEIXO TAMBEM AQUI ESTA DIREÇÃO PARA QUEM QUISER0 ADQUIRIR O MEU LIVRO... https://www.chiadoeditora.com/livraria/o-perfeito-do-imperfeito
- Não te é permitido desistires agora! Nunca te
deixarei, porque nada volta atrás. Tudo o que
passou simplesmente voou, deixando só as marcas,
por vezes invisíveis, na alma e na memória. Nunca
te esqueças que ficarei contigo, acredita que tudo pode acontecer. Dizia-lhe aquela voz de criança, bem conhecida.
De repente,
Francisca
abriu os olhos
e aquela pequena imagem estava ainda demasiado
viva dentro dela. Foi
maravilhoso ouvir aquelas palavras de duas
pessoas tão queridas. Tentava reconfortar-se e
mentalizar-se com este sonho repentino.
- Terá sido algum sinal ou seria pura
ilusão?
Pensava ela receosa, ao lembrar-se da primeira e
única vez que se apaixonara. Chamava-se
João e tinha um ano de diferença. Quando alguém se apaixona, pela primeira vez, como lhe aconteceu, pensa que aquele
amor é único, o mais
verdadeiro, o maior e melhor de todos.
A verdade é que não existe pior cego do que aquele que não quer ver o que é bem visível. Aquele
que pensa saber tudo
é, por norma, o
que menos
sabe, sem querer aprender mais.
Recordou-se da primeira saída, apaixonada, como namorados.
Estava ansiosa à espera do João!
Tinha escolhido as suas roupas preferidas,
umas calças
de ganga e uma blusa verde que condizia com os seus olhos. Decidiu vestir um conjunto
de lingerie
preta, pois nunca se sabe o que pode acontecer, pensava ela. Cabelos longos e soltos,
castanhos-claros, com um risco de lápis preto nos olhos
e para finalizar um toque de
perfume e um pouco de batom
transparente.
Passados alguns minutos chegou ele, com um
sorriso rasgado, aproximou-se dela poisou-lhe um beijo nos lábios.
-Olá, como vais? Estás linda,
como sempre…
disse ele, sem nunca abandonar o sorriso.
- Obrigada, tu também! Sim.. ele estava
atraente nas suas calças escuras e
camisa branca.
Nesse
fim de tarde foram ao único
cinema da vila, pois o tempo, ainda fresco, convidava a isso mesmo. Ao saírem do cinema, chovia bastante, era
uma
chuva miudinha que caía
cada vez mais
forte
e abundante. Deram uma corrida, de mãos dadas, sob a
chuva que caía a potes.
Abrigaram-se debaixo de uma varanda, molhados, mas divertidos,
rindo um do outro e um para o outro.
- O que nos havia de acontecer, raio de tempo…
depois de um filme tão romântico! Queixava-se
Francisca, rindo e ao sentir-se
encharcada.
- Mas a chuva também pode ser bem romântica,
sabias? E depois estás tão linda, com a
roupa colada ao corpo que me apetecia colar-me também… dizia-lhe
João ao ouvido, ficando mais
sério e procurando
a sua boca. Beijaram-se novamente, com a paixão à flor da pele e com a
noite a avançar…
De repente, um pequeno ruído iluminou algo
ao seu lado, despertando-os para a realidade. João foi o primeiro a reparar. Por cima deles, estava uma
placa que acabava de acender
as luzes vermelhas, onde se lia, RESIDENCIAL.
- Olha! Mesmo a calhar, que achas? Murmurou
ele
para Francisca,
sorrindo e de olhos
brilhantes.
- Sim… por
que não? Estou a sentir frio! Respondeu
ela, a tremer, ao sentir vontade de
experimentar a tal descoberta…
Recorda a curiosidade
que
sentia e dos risos e comentários
das amigas.
Era
um
acontecimento
pelo qual ansiava e, por isso, cedeu à tentação
daquela noite. Pouco a pouco, a intimidade ganhava
terreno, quando subiram
para
o primeiro andar, ao abrirem
a porta. Era a primeira noite que passava
fora
de casa e ficou um pouco
inquieta, mas logo se
tranquilizou, porque não tinha satisfações a dar a ninguém. Rapidamente, tiraram as
roupas molhadas
para
poderem secar e ficaram apenas em roupa interior
e sexy.
Francisca recorda que conforme desapertava
a blusa sentiu-se
tímida, pois nunca passara por isso. João
ajudou-a, fazendo-a sentir-se
mais
descontraída.
Acariciou a sua pela macia, mas ainda fria e humedecida
pela chuva que caía.
- Estás linda e desejo-te
tanto, tens a pele
macia e apetitosa, vem que eu aqueço-te… Disse-lhe ele
com voz atraente e rosto sorridente, enquanto
lhe tirava o resto da roupa. Ela já não sabia se tremia de frio, de
nervos ou de vergonha.
Quando ele a puxou
para
seus braços, beijou-a
e acariciou-a
por
inteiro. Ela sentiu-se
mergulhar num
dos sonhos que tantas vezes sonhara.
Ficaram os dois como
tinham vindo ao mundo, explorando o corpo um do outro. Ansiando
sempre, por mais e mais, e pelo que estava prestes a acontecer. Poucas palavras foram trocadas entre eles, quase
só o som dos gestos e gemidos tinham lugar ali,
naquele quarto. Sentindo a sua ereção, entregou-se ao que viria a seguir, pois a excitação dos dois não era
recente, desejavam-se!
Foi algo especial e único, algo que recordará
com saudades, porque foi com o primeiro amor e feito com muito amor. Não disse o que devia ter dito, talvez porque se sentisse deveras ousada, mas também por ser uma experiência nova. Talvez isso se
devesse ao facto da curiosidade estar bem visível
e completamente
receptiva pela novidade. Quando
ele
viu
sangue
no lençol,
abraçou-a e beijou-a suavemente…
- Por que não me disseste
que era a tua primeira
vez? Poderia ter
sido ainda mais atencioso!
Mas eu notei algo de diferente, como se de uma novidade se tratasse… Disse João, olhando-a com olhar apaixonado.
Francisca ficou sem palavras,
sorriu e pouco
depois respondeu:
- Porque estava curiosa e não achei necessário. Pensei que nem te apercebesses… e foram momentos
tão bons que apeteceu ficar, assim, a sonhar contigo… Disse-lhe ela, enquanto
lhe beijava o peito e o acariciava, aconchegando-se mais a ele.
- Foi sim, uma noite inesquecível…
a primeira
de muitas mais.
Francisca
lembra-se de ficarem assim, abraçados,
na escuridão do quarto.
Lembra-se também dos sonhos que chamou,
antes de dormir, pois esses sonhos acompanharam-na durante vários
meses.
Recordou
que
num dos sonhos andava perdida, no meio do mato. De repente apareceu
um cavalo com um vulto montado
nele
que, ao aproximar- se, se foi revelando o rosto da pessoa amada. Sem
dizer nada, e com uma alegria contagiante, ele pegou-lhe na mão e, puxou-a para o assento junto de si. Cavalgando, saíram dali rumo a um campo de
flores coloridas…
Sem comentários:
Enviar um comentário