terça-feira, 11 de agosto de 2015

MAIS UMA PARTE DO PERFEITO DO IMPERFEITO

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Na manhã seguinte, pela terceira vez, teve a visita da Dra. Maria Alice, a Assistente social, que trabalhava com casos hospitalares, semelhantes ao seu. Logo depois de se cumprim  entarem, Francisca foi direta ao assunto, perguntando:
- Então diga-me lá, se tem alguma novidade, sobre o meu caso? Estou curiosa e ansiosaJá sei que, brevemente vou sair daqui e, preciso de saber uma resposta!
- Mais ao menos, sim existe uma grande possibilidade.
- Ah, que bom, então?
- Fica é distante daqui! Mas foi o melhor que consegui.
- Paciência, mas prossiga...
- No distrito de Lisboa, existe uma residência, que acolhe pessoas, com todo o tipo de deficiência, desde mental a física quando acabou de lhe propor essa possibilidade, fez uma curta pausa e olhou para a sua paciente, que encolheu os ombros, em forma de aprovação, como se fosse a única hipótese, mas depois continuou:
- Apesar de não ser nenhum centro de recuperação, tem todo o tipo de terapias, inclusivamente médicos especialistas, salas de trabalhos manuais e outras ocupações...
- Sim, parece ser ótimo...
- No caso de estar interessada, mandarei o seu curculo, e claro, logo que possam entram em contacto consigo e chamam-na… disse-lhe ela, enquanto fez um sinal com cabeça e a olhou como se a interrogasse e esperasse uma resposta.


- Parece-me que não tenho outra escolha, não acha? Falta-me pouco tempo para sair daqui, e não quero ser um peso para ninguém, disso, tenho a certeza. Por isso pode enviar o meu currículo ou o que achar necesrio, porque estou, inteiramente, de acordo! Não pretendo empatar ningm! Esse não é o meu desejo...
- Compreendo esse seu desespero, mas acredite  que  está  enganada…  todos  nós precisamos uns dos outros, seja de que maneira for. E  empata quem quer! Acredite que ninguém esta livre de nada! Um breve sorriso saiu-lhe dos seus lábios carinhosos e logo a seguir continuou.
- Acredito, mas como não quero empatar
- Ok... Vou tratar disso, sei que vai ter que esperar, talvez algumas semanas ou meses, porque está quase sempre lotação esgotada, mas logo que haja vaga, acredite que a chamam.
- Obrigada mais uma vez, e não se esqueça de mim, trate do meu caso com urgência… pediu Francisca num tom quase de súplica.
- Claro que sim, eu trato do seu caso com muito empenho, como faço aliás com todos os que me vêm parar às mãos, acredite. Embora tenham todos algumas diferenças, pois cada caso é único, trato sempre de todos com empenho e dedicação, retorquiu com um sorriso.
- Acredito que sim... Retribuiu-lhe o sorriso, cheio de amizade e carinho.
- Sabe que é a residência que achei mais adequada ao seu caso
- Sim! Francisca sabia disso.
Entretanto, foram conversando mais intimamente sobre as tristezas e alegrias do destino. Pouco tempo depois, despediram-se, como
amigas, apesar da diferença de idades, uma vez que a D Alice, rondava a casa dos cinquenta e muitos


anos, apesar de não aparentar, pois fazia por preservar o seu belo rosto juvenil e bem cuidado.
Trocaram de imediato os seus números de contacto e despediram-se com dois beijos que lhe permitiram sentir a suavidade da sua pele e o cheiro do seu creme. Prometeram uma à outra, que assim que soubessem de algo, entrariam imediatamente em contacto.
Francisca  desejava  esperar  por  algo,  mas sentia a esperança fugir. Por mais que desejasse alcançá-la, ela perdia-se na encruzilhada. Não sabia mais o que fazer nem por que caminho seguir, sabia somente que nada podia fazer. Era difícil o ser obrigada a orientar-se num presente desconhecido, mesmo com a esperança ainda adormecida. Só queria poder escapulir-se daquela vida.



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