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Na manhã seguinte, pela terceira vez, teve a visita da Dra. Maria Alice, a Assistente social, que
trabalhava com casos hospitalares, semelhantes ao
seu. Logo depois de se cumprim entarem, Francisca foi direta ao assunto, perguntando:
- Então diga-me lá, se tem alguma
novidade, sobre o meu caso? Estou curiosa e ansiosa… Já sei
que, brevemente
vou
sair daqui e, preciso de saber
uma
resposta!
- Mais ao menos, sim… existe uma grande possibilidade.
- Ah, que bom, então?
- Fica é distante daqui! Mas foi o melhor que consegui.
- Paciência, mas prossiga...
- No distrito de Lisboa, existe uma residência, que acolhe pessoas,
com todo o tipo de deficiência, desde mental a física… quando acabou de lhe propor
essa possibilidade, fez uma curta pausa e olhou para a sua paciente, que encolheu os ombros, em forma de aprovação, como se fosse a única hipótese, mas depois continuou:
- Apesar de não ser nenhum
centro de recuperação,
tem
todo o tipo de terapias, inclusivamente
médicos especialistas, salas de trabalhos manuais e
outras ocupações...
- Sim, parece ser ótimo...
- No caso de estar interessada, mandarei o seu
currículo, e claro, logo que possam entram em
contacto consigo e chamam-na…
disse-lhe ela, enquanto
fez um sinal com cabeça
e a olhou como se a interrogasse e esperasse uma resposta.
- Parece-me que não tenho outra escolha, não acha? Falta-me
pouco tempo para sair daqui, e não
quero ser um peso para ninguém,
disso, tenho a certeza. Por isso pode enviar o meu currículo ou o que achar necessário, porque estou, inteiramente,
de acordo! Não pretendo empatar ninguém! Esse
não é o meu desejo...
- Compreendo esse seu desespero, mas acredite
que está enganada…
todos nós
precisamos uns dos outros, seja de que maneira for. E só empata quem quer! Acredite que ninguém esta livre
de nada! Um breve sorriso saiu-lhe dos seus lábios
carinhosos e logo a seguir continuou.
- Acredito, mas como não quero
empatar…
- Ok... Vou já tratar disso,
sei
que vai ter que
esperar, talvez algumas semanas ou meses, porque
está quase sempre lotação esgotada, mas logo que
haja vaga, acredite que a chamam.
- Obrigada mais uma vez, e não se esqueça de mim, trate
do meu caso com urgência… pediu Francisca num tom quase
de súplica.
- Claro que sim, eu trato do seu caso
com muito empenho,
como faço aliás com
todos os que me vêm parar às mãos, acredite. Embora tenham todos algumas
diferenças, pois cada caso é único, trato sempre de todos com empenho e dedicação,
retorquiu com um sorriso.
- Acredito que sim... Retribuiu-lhe
o sorriso,
cheio de amizade e carinho.
- Sabe que é a residência que achei mais adequada ao seu caso…
- Sim…! Francisca sabia disso.
Entretanto, foram conversando mais intimamente sobre as tristezas e alegrias do destino. Pouco tempo depois, despediram-se, como
amigas, apesar da diferença de idades, uma vez que a Drª Alice, rondava a
casa dos cinquenta e muitos
anos, apesar de não aparentar, pois fazia por preservar o seu belo rosto
juvenil e bem cuidado.
Trocaram
de imediato os seus números de contacto e despediram-se com dois beijos que lhe permitiram sentir a suavidade da sua pele e o cheiro
do seu creme. Prometeram uma à outra, que assim
que soubessem de algo, entrariam
imediatamente em contacto.
Francisca
desejava
esperar
por algo, mas
sentia a esperança fugir. Por mais que desejasse alcançá-la, ela perdia-se na encruzilhada. Não sabia
mais o que fazer nem por que caminho seguir, sabia somente que nada podia fazer. Era difícil o ser
obrigada a orientar-se
num
presente desconhecido, mesmo com a esperança ainda adormecida. Só queria poder escapulir-se daquela vida.
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