sexta-feira, 2 de março de 2012

SER DEFICIENTE


O ser deficiente motor, presentemente, continua a ser deveras difícil, simplesmente porque a maioria das pessoas não aceitam as diferenças e preferem viver na ignorância desta nossa sociedade actual, continuamos a lutar contra as dificuldades, embora nada seja fácil presentemente. As diferenças ainda nos distanciam, apesar dos vários obstáculos serem menores ainda estão muito presentes. Principalmente nas atitudes incorrectas de certas pessoas Porque, para além de termos a infelicidade obrigatória de lidar com este fardo, dia após dia, somos confrontados por barreiras, principalmente arquitectónicas, que nos impossibilitam e dificultam o acesso a várias superfícies.
É por esta mesma razão, que muitas vezes digo: Gostaria que todas as pessoas passassem alguns tempos numa cadeira de rodas, talvez eu esteja a ser injusta, mas esse é o principal motivo de sentirem na pele e na alma, o peso da imperfeição do corpo e da perfeição da mente. Só assim compreendem, um pouco, o que é viver numa prisão de porta aberta e ganham consciência das dificuldades que nos atacam quando sentimos constantemente peso da injustiça e desânimo.
Quantas pessoas nos fazem sentir inferiores ao lixo, quando avaliam a perfeição do corpo em primeiro lugar mas onde a mente é a principal função corporal e sentimental, quando elas próprias o são, minimamente, de entendimento. Não compreendem ou, melhor, não querem saber que todos nós possuímos as nossas diferenças, sejam elas melhores ou piores e que o principal lema é: todos diferentes mas todos iguais. Essa é a mais pura verdade porque os sentimentos são a única coisa que possuímos verdadeiramente.
Por vezes penso no quanto a vida é ingrata, nas máculas que dá a uns e na satisfação que oferece aos outros, mas eu por mim falo: não peço a perfeição, pois ninguém é perfeito, mas sim as melhoras, em todos os sentidos, simplesmente para dar o melhor de mim ao ajudar e ser ajudada também, porque todos, por mais que se recusem admitir, necessitam de ajuda, talvez tanto ou mais que nós


1 comentário:

A Dimensão das Palavras disse...

Pensamos de antemão na magnificiência, com preconceito supersticioso, na ciência perfeita que é o nosso organismo mas esquecemo-nos que ele, na maioria casos da humanidade, é também muito frágil e com defeitos seja de que ordem forem. Conflitos interiores e exteriores mas principalmente interiores levam-nos a desprezáva-lo pela indiferença, a mesma que transmitimos aos outros, muito bem expressado por esta senhora válida, no que a mim me diz respeito, mas que a vida madrasta não deixou concretizar alguns dos sonhos que todos partilhamos e nem sequer lhe deu a possibilidade de carregar o fardo de não os ter concretizado com a satisfação de alguma igualdade que a todos se nos assiste, por vezes penso, senão muitas vezes, na benção dos outros não a minha que essa foi enorme e que eles não souberam aproveitar para transmitir mais amor e menos inveja e despeito e sinto tristeza por muitas das pessoas com quem convivi até hoje com 34 anos de vida e repenso que seriam mais válidas se tivessem sido mais julgadas severamente pelas atitudes durante a sua vida mesmo desde tenra idade para aprenderem que o bem é de todos e para todos e não capricho e direito desiquilibrado e maior de alguns que na maioria das vezes nem o merecem, sejamos merecedores de tudo o que possuímos seja a saúde, seja o amor, seja a igualdade, seja a verdade do que sentimos para superarmos o sofrimento, o nosso e o dos outros, um bem haja às pessoas boas que persistem e tentam perdurar a terra e na terra.