segunda-feira, 4 de outubro de 2010

MAIS UMA HISTÓRIA INFANTIL


                         O SONHO DO RICARDO



  Era uma vez, uma linda criança que se chamava Ricardo e que morava numa casa pequena e repleta de simplicidade, juntamente com os seus pais e três irmãs mais novas, Beatriz, Susana e Júlia.
   Ricardo caminhava alegremente nos seus dez anos de idade, bastante satisfeito, reservado e pobre, vivia feliz, simplesmente por existir.
  Pois sendo uma família humilde e ele o mais velho dos irmãos, por essa razão, sentia a obrigação de ser o responsável.

  Estávamos no princípio do Verão e como era costume, Ricardo fazia sempre questão de levar suas irmãs quando iam regar a horta, que ficava um pouco distante de sua casa.
  Pois deliciavam-se ao passearem debaixo das árvores, nas suas sombras, onde ao mesmo tempo comiam as frutas da época. Eram as amoras, as pêras, os morangos, os pêssegos e, até, já as uvas. 
   Ricardo, gostava de apanhar todo o tipo de fruta, e partilhá-la com Júlia, Beatriz e Susana, ao pé do riacho com água, fresca e sempre corrente, onde eles comiam gostosamente.
  Quando nessa tarde, depois de estarem os quatro, sentados, debaixo das árvores e prontos para satisfazerem aquela vontade de comer, as frutas da época. Ricardo olha, fixamente, para o vermelho dos morangos acabados de lavar e que mantinha nas mãos, quando vê nascer algo pequeno, mas que crescia lentamente.
  Parecia a imagem do pai natal que vagarosamente se mostrava defronte deles.
  Ricardo admirado e com bastante receio fez um pequeno esforço, ao abrir os olhos que se recusavam a abrigar o que estava na sua frente, e viu uma paisagem cheia de neve. Mas, no fundo desse desenho existia, um pinheirinho de Natal, com algumas lâmpadas coloridas a enfeitá-lo e todo coberto de algodão branco a imitar a neve.
   Este era idêntico ao que habitualmente lhe enfeitava a casa, na época Natalícia. Ao lado dele aparecia também uma mesa repleta de doces que continha todo o tipo de bolos, chocolates e guloseimas concebidos pela sua imaginação, mas que nunca teve a oportunidade de provar. Ao lado da mesa encontrava-se a lareira, com labaredas bem vivas, que, ao mastigarem os troncos de madeira, a transformavam num saboroso borralho. Era igual àquele que permanecia em sua casa e junto do qual se aqueciam nas noites frias de Inverno.
  Quando de repente, vê ao pé da chaminé, o mesmo homem vestido de vermelho, com barbas e cabelo branco, que só podia ser o pai Natal. Este sorria-lhe ao estender-lhe o saco de presentes e dizia-lhe baixinho:
  - Toma, tens aqui os presentes que tanto ansiavas! São teus! E Nunca te esqueças de fazer o que o teu coração te mandar. Ele é o principal motor da tua felicidade! Ao dizer estas palavras evaporou-se deixando uma magia no ar… e o saco com os presentes no chão, defronte deles.

   Depois de saborear todos aqueles maravilhosos doces, e distribui-los com suas irmãs, dirigiu o seu apetite atenção para o saco que permanecia na sua frente, e suas irmãs ao lado, a contemplar aquele cenário.
  Ricardo e suas irmãs avançaram na direcção do saco e começaram a tirar e a admirar os presentes nele contidos: havia três grandes e lindas bonecas, algumas roupas de Verão, camisolas de Inverno e até livros o saco continha, alem dos carrinhos dedicados a ele.
  - Olha que linda boneca! Dizia Beatriz, a mais nova enquanto dava um passo em frente.
  - Repara só que lindas! Só podem ser para nós! Dizia a irmã mais velha, com a felicidade à flor da pele.
  Repentinamente Ricardo sente uma forte emoção, pois tudo o que ele sonhou permanecia ali. As bonecas que ele sempre desejou oferecer as suas irmãs estavam ali, ate livros com histórias lá se encontravam.
   Então olharam uns para os outros, sem saber o que dizer e como se digerissem uma magia com um sabor inesgotável… Encolheram os ombros bastante admirados e cheios de alegria.
  Viveram a beleza da neve em pleno Verão e onde toda a felicidade inundava a pureza das suas almas.
   Aprenderam que a magia do Natal é todos os dias, e que não existem datas precisas para se oferecer a quem mais precisa… Ficaram com a brisa fresca e perfumada da natureza, os frutos e com as suas almas mais enriquecidas em sentimentos, sonhos e aspirações...





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