domingo, 31 de outubro de 2010

DIFERENÇAS

COMO, HOJE É NOITE DAS BRUXAS, OU HALLOWEN, TENTE ENCONTRAR A BRUXINHA, ENTRE ESTAS DUAS IMAGENS...


CLIC AQUI

sábado, 30 de outubro de 2010

5ª HISTORIA INFANTIL

MAIS UM CONTO, DA MINHA AUTORIA,PARA CRIANÇAS E NÃO SÓ... ESPERO QUE GOSTEM.
                                        Arnaldo e seus amigos



    Era uma vez, numa linda tarde de Verão, dois meninos que jogavam à bola perto do riacho que corria, sem parar, ali ao lado de sua casa.
    Arnaldo, como se chamava um deles, além de ser, uma criança bastante solitária e triste, pois vivia só com a sua mãe, sentia-se feliz. Ele rondava nos seus nove anos de idade e brincava, alegremente, com o seu colega de classe, João, que era o seu vizinho mais chegado e grande amigo.

    João tinha a mesma idade que Arnaldo, mas sentia-se, como que, o mal amado da escola. Pois possuía a pele um pouco mais escura que o normal, e só podia ser por esse motivo que constatava nitidamente, o afastamento, da maioria, dos seus companheiros.
    Mas Arnaldo, que notava bem esse, triste, abandono por parte dos colegas, não encontrava problema nenhum em o considerar, o melhor amigo. Ele dizia-se que no coração não existe cor, moram unicamente os bons sentimentos.

     Arnaldo gostava imenso do trajecto que ligava a sua casa à escola, ali podia desfrutar de toda a natureza existente nesse pequeno caminho.
    Como segredar com o vento, cada vez, que ele vinha ao seu encontro e o acariciava. Ou mesmo contemplar a beleza das flores retribuírem-lhe o sorriso e carinho ao abrirem-se lentamente para ele, enviando-lhe o perfume e darem-se ás abelhas, para que elas possam fabricar o puro mel, tão bom.

    Adorava acordar de manha com o chilrear dos passarinhos que o acompanhava até ao deitar.
    Esses vários cânticos iluminavam o seu dia a dia, tal como esses maravilhosos sons da água corrente, que ao baterem nas, pedras brancas, das margens do rio, as desgastavam.

    No fim do Verão, Arnaldo adorava acompanhar a sua mãe aos campos, para apanharem, os vários tipos de ervas e fazê-las secar. E assim, nas noites frias de Inverno, se deliciarem com os diversos chás, tão quentinhos.

    Mesmo nesses dias gelados, em que a maioria dos colegas descobriam sempre alguma desculpa, ou alguma razão, para faltarem à escola.
    Arnaldo encontrava sempre, no fundo do seu eu, uma razão positiva buscando forças para continuar, a sua caminhada na estrada da vida.
    Então olhava os peixinhos, que brincavam e saltitavam alegremente nessas águas geladas. E perguntava-se, como é que algo tão pequenino vivia simplesmente feliz.


    Os dias e os anos passaram, os amigos e colegas da escola também, iam e vinham, casavam ou mudavam, simplesmente ou fisicamente. Até Arnaldo mudara, mas só na idade. Ele iria completar os vinte anos de idade no dia seguinte.
    Mas ele continuava apreciador daquele caminho, só que agora, mais que nunca, pois desfrutava da companhia de Marta. A mais recente colega e vizinha, aquela que percorria quase sempre o caminho com ele.

    Eles gostavam de fazer o trajecto juntamente, há já três meses que isso acontecia, pois possuíam gostos muito parecidos, então falavam e partilhavam, um pouco de tudo.

    A manhã seguinte chegou, e Arnaldo dirigiu-se para o caminho que habitualmente percorria, quando de repente ouve aquela voz, que tão bem conhecia.
   - “Parabéns a você…” dizia Marta, ao mostrar-lhe um lindo sorriso e estendendo-lhe um presente.
   Arnaldo ficou bastante comovido com a lembrança de Marta. E quando abriu o presente, deparou-se com um dos livros que tanto ambicionara, mas também, o que tinha uma excelente ligação com o seu actual curso.
    O de Biologia e Arqueologia, aquele que lhe fora “destinado”. Mas também, aquele, que para ele era o seu preferido tendo uma maravilhosa relação com o que aprendera a amar.

    Assim nasceu o amor e o respeito, entre eles, algum tempo depois chegou o dia do casamento.
    Festejaram esse acontecimento numa linda e simples cerimónia, pois é nas coisas mais simples, que se encontra a verdadeira felicidade.

    No final desse dia, o do seu casamento, onde seu grande amigo, João, aquele que não podia faltar, se encontrava, obviamente, presente.
   Ele esperou que todos os convidados saíssem para lhe fazer a pergunta que sempre ambicionou mas que nunca sentiu coragem de lhe perguntar.

    - O que vês tu neste local, que não pretendes afastar-te de cá, nem tão pouco trocá-lo?
     Questionou-o João com um sorriso. Pergunta que Arnaldo já esperara e à qual respondeu com outro simpático sorriso, então respirando fundo disse:
    - Eu vejo este rio como a vida que passa continuamente e não pára, nunca. E nós que, parecemos as margens, ficamos eternamente paradas ao vê-la passar. E respirando fundo continuou.
    - A vida traz e leva tudo, e nós, as margens, ficamos eternamente à sua espera, por isso, somos obrigados a acolher, voluntariamente, todos os momentos e oportunidades que ela nos traz, para semear, cultivar e colher os frutos…
   Sim era perfeitamente lógico, tudo nesta vida é passageiro, a obrigação de a tornar positiva habita em nós, como os sentimentos e a arte do coração...




sexta-feira, 29 de outubro de 2010

VAMOS VIAJAR

PARA QUEM GOSTA DE VIAJAR, SEM SAIR DO LUGAR...

CIDADES EUROPEIAS comece por Lisboa e depois escolha os destinos que se seguem....




CIDADES AMERICANAS começando por Dallas para depois ir seguindo...



OUTROS LUGARES o processo é o mesmo, comece e siga...

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

POEMAS


                   VESTIGIOS  DE  MIM


Aproveitei a embalagem rasgada e, feita de retalhos multicolores
Para embrulhar os restos de sentimentos e senssações que ainda
Existiam no fundo do meu eu... 
E assim... dar cor aos recantos mais sombrios, perdidos e escondidos
Para além da imaginação
Bebi da fonte de todas as emoções para saciar a vontade, deveras faminta...
De recusar florescer em mim vestígios de tristezas, melancolia e desgostos
E despejei todos os resíduos de mágoa e despreso
Que teimavam em ficar presos nos sonhos mais variantes...
Só para renascer de novo em mim a vontade
De continuar a aceitar o meu despertar... e saber diferenciar e avaliar as diferenças da vida, por vezes tão injusta.

VIDA  INGRATA


Tudo o que vejo é real
Tudo o que pensas é ilusão
Tudo o que ouves é verdade
E tudo é traição

A vida tem um caminho
Onde penso eu morar
Esperando que o destino
Me dê somente um lugar

Um lugar na vida alheia
Onde tudo é maldade
Querendo seguir caminho
Para encontrar a verdade

Mas só vendo desespero
Sofrimento e solidão
Perdi a vontade de viver
Só vendo ingratidão

Mas tendo que viver assim
Encontrando só desgraças
Crianças sem alegrias
Sem comida e descalças

Pessoas desiludidas        
Por outras serem falhadas
É o que eu concluo da vida
Onde nós fomos talhadas






segunda-feira, 25 de outubro de 2010

A DIFERENÇA ENTRE AMIGO E COLEGA



Colega: É AQUELE QUE:
nunca te viu chorar;

Amigo: teve  e tem sempre um ombro para tu chorares;

Colega: nunca pede nada para beber e comer;

Amigo: abre o armário e sente-se em casa;

Colega: pede-te para escreveres o teu número de telefone;

Amigo: pergunta-te o nº telefone dele (porque não se lembra)

Colega: pede alguma coisa emprestada e devolve uns dias depois;


Amigo: tem um guarda-roupa cheio de coisas tuas;

Colega: sabe poucas coisas sobre ti;

Amigo: poderia escrever a tua biografia;

Colega: não ficaria contigo se as outras pessoas não tivessem ficado;

Amigo: ficaria sempre contigo

sábado, 23 de outubro de 2010

O PERFEITO DO IMPERFEITO (9ª PARTE)

PARA QUEM SEGUE A HISTÓRIA DO MEU LIVRO, FICA AQUI MAISUMAS PÁGINAS...


                CAPITULO CINCO


    Foi no ano de 1993, dia quatro de Fevereiro, numa tarde fria embora ensolarada de Quinta-feira, que Helena acompanhada pelos familiares entrou pela primeira vez na enorme vivenda lindamente situada e bonita. Fora da civilização e ao pé duma montanha. Com um grande e lindo jardim bem cuidado, eram jarros e lírios branquinhos, as hortênsias, os malmequeres e as roseiras desejavam despejar os seus filhotes, onde alguns já permaneciam em botões querendo espreitar e apanhar banhos de sol. A relva também se mostrava bem aparada, algo que demonstrava existir um certo cuidado, apesar do conteúdo não ser muito agradável aos olhos de quem o contemplava, mas… obrigatoriamente aceitável.
   Helena veio conhecer a sua futura residência, a sua nova casa, onde infelizmente permaneceria até ao fim de seus dias. Ela sabia e estava consciente da sua escolha, pois foi opção dela e unicamente dela. Conheceu e ficou no mesmo instante.
   Era o lar indicado para Helena, e outros na mesma situação, pois era espaçoso, com os enormes corredores e grandes salas era talvez o único com a oportunidade de trabalhar. Helena não desejava continuar inactiva, queria muitíssimo usufruir do pouco que lhe restava, sendo útil, para todos. Ansiava compartilhar, os vários momentos plenos de bondade, onde por vezes ajudar é o melhor remédio, e outras ser ajudada.

   O primeiro impacto foi bastante doloroso, embora Helena estivesse consciente do pesadíssimo fardo já hospedado indesejavelmente em toda a sua intimidade. Sabia que aquela casa também seria dela, por um tempo indefinido.
   Sentiu-se bem acolhida pela maioria dos residentes, pois eles também ficaram radiantes por terem uma nova hóspede, nova a todos os níveis, era mais um dia vivido, um dia diferente dos outros.
   Recorda-se que logo que entrou, um rapaz baixote e gorducho veio ter com ela com um imenso à vontade, cumprimentou-os a todos com um forte abraço, como se os conhecesse há anos mostrando-se simpatiquíssimo e fazendo-os sentir bem vindos.
    -Olá, olá…tá boa? Dizia ele muito sorridente notava-se excelentemente bem a felicidade à flor da pele. Tudo isto só e unicamente por serem pessoas desconhecidas. Pessoas alheias, diferentes das que estava habituado a conviver e que já conhecia bem demais.
   Mais tarde Helena ficou a conhecer a realidade. O rapaz baixote e gorducho, era única e simplesmente uma criancinha no corpo de um homem, já com os seus cabelos brancos. Não era nem mais nem menos do que um ser com uma doença denominada mongolismo.

   Depois de arrumar as suas coisas, roupa no pequeno armário, que apesar de ser pequeno, era suficiente para quem possuía o essencial. Colocou o lindo ursinho azul em cima da cama, o qual ocupava o grande lugar do seu coração, e foi conhecer o resto da casa.
   Helena ocupava os tempos livres”que eram muitos” como bem entendesse, ora ajudava ou era ajudada, ora ensinava ou aprendia, não faltava o que fazer, para quem quisesse, e esse era o seu principal objectivo, estar constantemente ocupada aprendendo sempre. Havia sempre algo a aprender, a questão era querer, tudo isto com uma única finalidade, a de manter a mente e o corpo constantemente ocupados.
   Não queria ter tempo para nada, principalmente para pensar. O que muitas vezes era demasiado doloroso, mas também obrigatório, pois a reflexão do passado é o recheio do dia a dia. E é óptimo reflectir sobre o que se passou, ajuda-nos bastante a compreender o presente e a valorizar melhor o futuro. Mas também via-se obrigada a admitir que o passado não muda, feliz ou infelizmente nós é que somos “obrigados” a mudar, em muitas ocasiões, por maior que seja o desejo ou o desespero, tudo permanece exactamente igual.

   Mas, havia ocasiões em que Helena sentia necessidade de manter o isolamento, de vez em quando ficava um pouquinho em paz consigo mesma, para saborear a calma e refugiar-se do ar pesadíssimo que permanecia constantemente ao seu redor e onde o silêncio não existia.

   Por vezes o pensamento viajava, e ela deixava-o ir, sentia prazer quando se deixava levar por ele acompanhava-o de boa vontade no regresso ao passado, ou ao futuro imaginado. Pensava em tudo o que mudaria se pudesse e se fosse exactamente agora, mas o passado continuava lá, distante e perdidamente inalterável.
   Talvez não mudasse nada, se calhar passaria por tudo outra vez, pois nada adianta agora pensar no que poderia ter conquistado, no que poderia ter mudado, se tudo já passou e nada volta atrás. De nada se arrepende, reviveria tudo outra vez, passaria por tudo novamente!

   Aprendeu a valorizar as coisas boas da vida, outras menos boas. Viveu momentos felizes, outros nem por isso, chorou, riu, sentiu na pele um pouco de cada emoção, e saboreou vários gostos e sensações.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Raul Solnado - Ida ao Medico

AQUI FICA, MAIS UMA GRANDE HOMENAGEM, A OUTRO GRANDE SENHOR QUE DIZIA: FAÇAM O FAVOR DE SÊR FELIZ.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

AO VITOR

NO DIA 21-10, FAZ DOIS ANOS QUE UMA PESSOA ESPECIAL, NOS DEIXOU...
SEI QUE ALGUNS DIAS, APÓS ESSA TRAGÉDIA, EU ESCREVI ESTAS LETRAS...
TALVEZ EM FORMA DE DESABAFO OU SIMPLESMENTE PARA ALIVIAR A MINHA MÁGOA...
PARA QUEM NOS QUISER CONHECER MELHOR, CLIKE AQUI... AS PONTES DA VIDA

  Hoje, sem me aperceber dirigi-me, para o quarto, que agora permanecia vazio e de porta fechada. Era como  habitualmente eu fazia, ao procurar e, principalmente dar, apoio e companhia, a essa  pessoa tão especial para mim, e para a maioria das pessoas amigas. Pois no seu rosto habitava sempre o sorriso e a boa disposição.  Tinha sempre uma opinião positiva ou um conselho amigo e saudável para oferecer a quem dele precisasse.
  Apesar de ser completamente prisioneiro do seu corpo, a sua mente permanecia sã,  ele orgulhava-se de demonstrar esse facto. Pois a capacidade que ele possuía em analisar todas as coisas  e tentar explicar, um pouco, a sua maneira de encarar a vida faziam dele uma pessoa excepcional, como existem muito poucas.
  Foi ontem, ao principio da tarde que, seu corpo foi ser devolvido à terra. Sim, era mais uma pessoa muito querida, que me deixava, afastando-se de mim para sempre. Infelizmente, sempre que perdemos alguém fica um vazio, como se nos abandonasse uma parte de nós. Pudemos passar por, várias, situações semelhantes, mas nunca é igual, simplesmente porque cada pessoa possui o seu lugar no nosso coração e na nossa vida.
  Mas pensando melhor, ele não me deixou para sempre, ele simplesmente se libertou, dessa prisão corporal, para melhor cuidar dos entes queridos.  Sim só podia ser isso, porque ele continuava presente, embora invisível. Só ele sabia, o lugar que cada um de nós possuía no seu coração e eu acredito que ocupei um dos maiores, tal como ele no meu. Pois eu fazia os possíveis para o ajudar, ao pensar que se fosse o contrário ele também o faria.
  Recordo-me bem que um dia ele segredou a alguém dizendo, que eu era o seu pulmão direito, ou seja era como, o oxigénio que o ajudava a viver. Mas, infelizmente, o  pulmão cansou-se de adquirir o oxigénio, e parou, para sempre. Eu senti-me completamente impotente, sem puder fazer nada nem sequer encontrava palavras para exprimir o que sentia. Mas isso também não era o importante, pois só ele sabia o significado desses sentimentos.
  Conversávamos tantas vezes, sobre todas as coisas da vida, recordações, preferências, dividia-mos segredos e até do futuro falávamos. Isto graças há forma que eu descobri, vi-me obrigada, a achar uma solução para ele comunicar, principalmente comigo, e foi graças a essa maneira, que esse método se fez enriquecer pouco a  pouco.
  Os dias passam mas a saudade fica, por tudo isso, Vitor não te esqueças de mim.

domingo, 17 de outubro de 2010

MAIS DOIS POEMAS DA MINHA AUTORIA


                   VIDA


Tu que me deste tristezas
Tu que me deste alegrias
Tu que me deste o que ninguém me podia dar
Tantas vezes eu chorei
Quantas vezes eu sorri
Umas vezes eu ganhei
Outras vezes eu perdi
Tu que és a beleza dos campos em flor
Dos pássaros a cantar
O sol a brilhar nas ondas do mar
Tu que és tudo e por vezes não és nada
És o mistério e por muitos és desprezada
Tu que és saudade de tempos vividos
E também esperança de sonhos perdidos
Por ti eu nasci
Por ti eu vivi
Por ti tudo farei
Enfim por ti eu morrerei
Tu que és simplesmente… VIDA




PASSADO  AUSENTE



Ò tempo…
Tantos anos passaste
                   voas-te, galopas-te e castigas-te,
Esquecendo-te
                    da criança que outrora fui,
Querendo compreender
                    mas não entendia
Querendo perceber
                    mas não sabia
Brincadeiras simples
                    tempos inocentes,
Crianças ingénuas
                    alegres e contentes,
Fui eu numa página esquecida
                    dessa inocência querida
Na distância que levou
                     um pedaço de vida
Um pedaço rasgado
                     no castigo passado
Ausente e levado
                     pelo sonho amado…

sábado, 16 de outubro de 2010

Lagrima-Dulce Pontes

Uma das minhas canções preferidas, música e letra solitárias e tristes, pois é da simplicidade que nascem as coisas mais lindas...

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

O PERFEITO DO IMPERFEITO 8ª parte

Aqui publico mais uma parte do meu livro, como prometido.



   Aos quarenta e três anos, a idade da mãe quando Helena lhe bateu à porta, esta foi recebida instantaneamente, como sendo a boneca da casa. Quis entrar fazendo-se convidada. Veio conhecer duas irmãs com vinte e dezoito anos, ambas prestes a casar, a Armanda e a Alexandra respectivamente.
   Aprendeu a valorizar e aproveitar a simplicidade da vida, a ver, a sentir, a ouvir e principalmente a dar voz ao próprio coração, pois as dificuldades e necessidades ensinaram-lhe a cultivar a paz e ternura dentro dela.
   Construía pontes em vez de muros, semeava uma simples flor no meio das ervas daninhas onde pouco a pouco fazia nascer um jardim, e aprendia a dividir a sua beleza, encanto e fragilidade. Conservava e multiplicava o valor das coisas simples da vida. Sabia e estava consciente que a perseverança era a maior das virtudes.
    A principal conclusão a que Helena chegava pouco a pouco, era a de jamais renunciar. Porque o mistério consiste exactamente em nunca desistir… nunca desmotivar…
 
 Partilhava com a sua linda “menina”, todos os seus medos e emoções. Baptizando-a com o nome de Joana contava-lhe todas as amarguras e alegrias, chegando ao ponto de lhe pedir conselhos, mas ela nada dizia.
   Talvez fosse essa a razão principal, de a considerar a sua amiga mais íntima e de maior confiança. Justamente porque não existiam sentimentos negativos, mas infelizmente também nada de positivo. O que não era o mais importante, pois Helena possuía sentimentos bons, o que segundo ela eram suficientemente bons para as duas.
    Fazendo de conta e agindo sempre como se fosse na realidade um ser humano mais novo que estivesse ali a ouvi-la sempre, a imitá-la em silêncio, e… sentindo-se constantemente observada… Transmitia-lhe uma tal doçura, bela e especialíssima que Helena adorava receber, mas ela também queria saborear o gosto do inverso…
   Embora Helena continuasse a sustentar a mesma criança, que naturalmente ainda existia dentro de si, e soubesse perfeitamente bem ser o centro das atenções. Já conseguia perceber o silêncio do seu coração, que lhe transmitia … se receber era acordo, oferecer era partilha… o que era optimamente bom, pois ela desejava partilhar porque, “só da partilha nasce o verdadeiro amor, o tal, que quanto mais se divide… mais cresce”…

    Era com a sua Joaninha, (como ela lhe chamava) que passava a grande parte do tempo. Fazendo-lhe penteados para ela ficar ainda mais bonita. Imitando os que sua mãe lhe fazia enquanto desfrutava ela também dos longos cabelos que possuía desde que se conhecia.

   Passados alguns meses, foi com uma tristeza medonha que se sentiu na obrigação de ceder ao desgosto… depois de ter apanhado uma carga de “piolhos e lêndeas”, sendo a coisa mais comum nas escolas, sem saber o porquê nem como, pois ela também foi vitima desse martírio. Sabia unicamente que era super contagioso e fazia uma tremenda comichão.
   Por volta dos anos setenta, numa aldeia perto do fim do mundo… Helena contemplava com grande tristeza, e com os olhos humedecidos, a pesada certeza desenrolando-se diante dela… Sentada numa cadeira, na varanda de sua casa em frente ao pequeno espelho, contemplava caírem em redor, os pedaços do seu cabelo.
   Helena despedia-se em silêncio desse breve momento sendo apenas seu, desejava parar o tempo e fugir dali com aqueles pedaços de cabelos igualmente seus. Helena sabia que era apenas mais uma página virada do livro da vida. Sendo um grande desgosto para ela, com as lágrimas a rolarem-lhe pelo rosto cada vez que sentia sem ver, o ruído da tesoura vinda das mãos de seu pai esconder-se nos seus queridos cabelos, e assim fazer cair mais um bocado. Cada tesourada sentida na sua cabeça ficara também enterrada no fundo da alma. Permanecia assim encravada no seu lado mais privado e mais reservado de sua existência.
   Pois chorar era a única maneira encontrada de libertar os seus medos, receios e até pensamentos positivos. Porque só assim, lhe era possível encontrar uma única solução, libertando-a de tudo o que pudesse existir nos seus sentimentos. Portanto só assim ficaria mais leve e mais forte para encarar o futuro, só assim Helena ficava a saber que por vezes o dar era “ necessário e quase obrigatório”, só sendo válido fazendo a vontade ao coração.
    Ela fazia por inverter a situação “em pensamento” como se oferecesse a única coisa, o único tesouro, pertencendo-lhe realmente. Então Helena questionava-se tentando perceber o porquê destas decepções, que estavam completamente envolvidas de ingenuidade. No fundo tentava simplesmente encontrar uma solução viável ou uma desculpa. Sentia as lágrimas soltarem-se cada vez com menos intensidade e tentava a qualquer custo controlar o choro cada vez menor.
   Desejava e esforçava-se por não chorar a cada vez que seu pai, ou outra pessoa qualquer “que passava na rua e ficava a observar” tentavam acalmá-la, dizendo-lhe o que ela já estava farta de saber:
  - “ Os seus lindos cabelos voltariam a crescer,” e rapidamente tudo voltaria à normalidade. Mas para Helena isso não bastava, porque o que ela queria simplesmente era o presente, e não o futuro.
   De repente ganha coragem, e olha fixamente para a imagem que aparecia à sua frente, e evitando ceder a vontade do pessimismo diz…
   - Uma árvore depenada. Comenta Helena baixinho, para simplesmente evitar de continuar a ser, o que exactamente foi até agora. “O alvo das atenções”.
   Estando o Outono ainda a arrumar a casa para se instalar e acolher dias mais frios, sentiu nesse instante, um arrepio unicamente ao pensar na falta que os longos cabelos lhe fariam ao cobrir o pescoço nu.
   Todos os olhares continuavam fixos nela. E o olhar dela fixo na imagem que aparecia à sua frente, e continuava a não gostar. Insistindo na visão percebeu que não tinha outra alternativa, mas unicamente uma escolha.
    A de se aceitar. A tal, a que se via na obrigação de acolher de qualquer maneira. A única opção, e olhando bem, até que não era assim tão desagradável. Não ficava nem melhor nem pior somente diferente.
    Rosto destapado, sentindo-se nua e ao mesmo tempo mais pesada. Pois sentia-se envergonhada e tímida. A diferença reinava embora igual. Os olhos grandes e verdes, cara perfeita com duas covinhas… lábios sorridentes destapavam os dentes brancos… e até as orelhas pequeninas mostrava.
   Olhou para o chão e viu o cabelo lá espalhado, depois outra vez para a imagem reflectida no espelho, e deparou-se só com algumas raízes quase louras, que insistiam em sair do casulo completando assim o espectáculo. O resto do meu pertence, pensou ela.
   Sentiu-se repentinamente mais madura, mais segura de si e principalmente mais forte e decidida. Sim ela adoptaria aquela imagem, o novo visual não era assim tão mau. A sua nova figura seria a melhor amiga.
   De “cabeça lavada” levantou-se e mirou-se de novo, de lado, por trás, pela frente… e concordou com ela própria fazendo um sinal de aprovação. Ela deu-se conta do seu crescimento a todos os níveis, principalmente agora de cabeça ao leu, viu o quanto cresceu.
   Toda a gente ficou admirada com a aceitação repentina, mas também contente, pois ela estava linda… não mais nem menos do que antes, somente diferente…
   -Estás tão gira! Dizia-lhe a vizinha. Será que era mesmo verdade ou era somente um elogio deixando-a mais optimista? Também isso era o menos importante. O certo mesmo é que ela estava realmente linda.
   -Ninguém te vai conhecer fica-te tão bem… diziam-lhe outras vozes conhecidas.
   O que para além de não ser mentira, deixava-a mais confiante e poderosa.
   E era mesmo verdade, essa diferença ficava-lhe lindamente bem… ela só tinha que se mentalizar a aceitar a mudança. E saber que tudo muda.
   Nada fica parado nem igual, e a aceitação é o grande passo e companheiro para acolher a diferença. Muitas vezes repentina e inesperada.
    Mas a mudança faz parte do amadurecimento constante da vida e de tudo o que a inclui, e é incluído por ela. E saber que nada é em vão, em tudo existe um porquê. Daí abrigar e aceitar simplesmente a diferença.
   Começada por ela própria, para saber respeitar tudo o que vem a seguir…, tudo o que a inclui e é incluído por ela…


quinta-feira, 14 de outubro de 2010

QUERO...


Na minha próxima vida, quero viver de trás para a frente. Começar morto, para despachar logo o assunto. Depois, acordar num lar de idosos e ir-me sentindo melhor a cada dia que passa. Ser expulso porque estou demasiado saudável, ir receber a reforma e começar a trabalhar, recebendo logo um relógio de ouro no primeiro dia. Trabalhar  40 anos, cada vez mais desenvolto e saudável, até ser jovem o suficiente para entrar na faculdade, embebedar-me diariamente e ser bastante promíscuo. E depois, estar pronto para o secundário e para o primário, antes de me tornar criança e só brincar, sem responsabilidades. Aí torno-me um bébé inocente até nascer. Por fim, passo nove meses flutuando num "spa" de luxo, com aquecimento central, serviço de quarto à disposição e com um espaço maior por cada dia que passa, e depois - "Voilá!" - desapareço num orgasmo ...

Woody Allen
 

terça-feira, 12 de outubro de 2010

AMOR OU AMIZADE?

VALE A PENA VER... ATÉ AO FIM... COMO OS ANIMAIS, POR VEZES, TEEM SENTIMENTOS MAIS VERDADEIROS QUE CERTAS PESSOAS... MESMO SEM FALAREM....

CLIKE AQUI



domingo, 10 de outubro de 2010

POEMA.

PALAVRAS

PODEM SÊR REDONDAS OU QUADRADAS, LARGAS OU ESTREITAS OU, ENTÃO, CURTAS OU COMPRIDAS, MAS SÃO UNICAMENTE PALAVRAS, ESCRITAS NUM BOCADO DE PAPEL OU DITAS DA BOCA PARA FORA…
PALAVRAS QUE POR VEZES DEMONSTRAM UM GRITO DE FELICIDADE OU ALGUMAS LAGRIMAS DE ABANDONO E DESESPERO, MUITAS VEZES MOSTRAM O SEU ESPIRITO VADIO OU FIXO, MAS TAMBEM O AMOR, OU A AMARGURA QUE AS PREENCHE…
PALAVRAS QUE POR VEZES SÃO DITAS AO ACASO, PALAVRAS QUE NORMALMENTE, SÃO AS EXPRESSÕES DOS SENTIMENTOS, SEJAM ELES BONS OU MAUS…
MUITAS VEZES O SILÊNCIO VENCE E VALE MAIS QUE MIL PALAVRAS, OU ENTÃO, FALAMOS SÓ QUANDO AS PALAVRAS VALEM MAIS QUE O, PRÓPRIO, SILENCIO…     
AS PALAVRAS FICAM VAZIAS QUANDO O CORAÇÃO TAMBEM O É, AS PALAVRAS PODEM MAGOAR OU MESMO FERIR MAIS QUE UMA LÂMINA…
PALAVRAS SÃO APENAS PALAVRAS QUE O VENTO, OU APENAS, O SOPRO DO PENSAMENTO LEVA PARA OUTRO LUGAR, MAS OS SENTIMENTOS QUE AS ENVOLVE FICARAM PARA SEMPRE NO FUNDO DA NOSSA ALMA, NUM CANTINHO DA NOSSA MEMORIA OU NO NOSSO CORAÇÃO…

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Amália Rodrigues vs Sónia Tavares (Gaivota)

JÁ PASSARAM ONZE ANOS QUE A GRANDE DIVA DO FADO, A VOZ INCOMFUNDIVEL, NOS DEIXOU... MAS VIVERÁ PARA SEMPRE EM NOSSA MEMORIA E EM NOSSOS CORAÇÕES ESSA MANEIRA ÚNICA DE SENTIR E CANTAR O FADO... PARABENS.

O PERFEITO DO IMPERFEITO (7ª PARTE)

                  CAPITULO QUATRO


                     


   Helena tinha completado os dez anos de idade no dia anterior, ninguém se apercebeu como era costume, pois foi mais um dia despercebido, comum e igual a todos os restantes. Foi mais uma data alheia, passada em vão, como muitas outras, ignorando o que para Helena tinha um enorme e valioso significado.
   Não era costume, nem nunca foi sequer acostumada a receber algo no seu aniversário.
   Sendo, para Helena, uma data de máxima importância, sabia que era mais um ano, sem interesse, deixado para trás, desperdiçado com as sobras da criança que foi… e ainda era…
   Helena ansiava sempre pelo ano seguinte, pois estava ciente de que era mais um pequeno passo em direcção ao tornar-se mulher, contendo cada vez mais um sinal de amadurecimento e de sabedoria.

  Desejava ansiosamente sair da sua concha, rumo à adolescência tão pretendida. Ambicionava secretamente satisfazer os poucos objectivos já imaginados. Queria penetrar lentamente nesse novo universo interessante e completamente desconhecido.
   A impaciência perante esse novo mundo reinava, esses momentos seriam únicos de tão belos. Imaginava como seria ser e descobrir a mulher perfeita, a mulher ideal. Tentava construir já o seu amanhã ilusório.
   Vivia-o exactamente como qualquer criança entrando no mundo da adolescência. Sabia o quanto foi e era difícil ainda lidar com a privação de tudo, simplesmente porque a vida mantinha-se bastante problemática a todos os níveis e em todos os sentidos.
   Mas, aprendeu, principalmente, a cativar a enorme beleza da vida. Aquela que é incluída e reflectida exactamente em todas as pequenas coisas que nós fazemos com ela e para ela, ou melhor, para nós através dela. Porque, por mais insignificante que possa parecer aos olhos de uns, são estas pequenas coisas que se tornam importantíssimas para outros. Talvez porque o verdadeiro valor da vida é invisível. Talvez por ele ser tão grande se torna inalcançável à visão. Ou simplesmente porque talvez não exista, e por isso não se vê.
   Não importa, qualquer que seja a verdade exacta, Helena estava convencidíssima que havia um valor inatingível. E seria algo tão grande e tão belo que se tornava inalcançável por tudo e para todos.
   Não seria a única a sonhar com o futuro, nem foi sequer a única a atingir essa idade. Mas foi a única a receber o presente tão desejado e ambicionado durante os tenros anos da sua infância.
   Tinha consciência das dificuldades dessa época visto que as sentia na pele, e sabia ver o quanto era complicado a orientação do dia a dia, tudo isto absorvido pelos olhos da criança nela habitada, e sentido exactamente como ela era, em ponto pequeno. Justamente por isso evitava despertar a ambição.



    Quando ao saio quarto, se deparou com o seu pai, caminhando lentamente ao seu encontro, com maneiras desorientadas e carinhosas “por ser a primeira vez a satisfazer tal desejo”, aproximou-se com um lindo sorriso “de orelha a orelha” repleto de encanto e satisfação, com as mãos atrás das costas e uma expressão bem alegre! Denunciava esconder algo!
    Notava-se suficientemente bem o volume da grande caixa, (destapada, pois não havia dinheiro para comprar papel de embrulho). Tentava a todo o custo manter a surpresa anónima. Mas a maneira de se movimentar despertava a curiosidade nela existente.
   O coração de Helena saltava de tanto euforismo… palpitava de tão cheio de apetite pela oportunidade que a vida lhe oferecia… ansiava por algo desconhecido mas ao mesmo tempo bastante pretendido… então cheio de orgulho disse:
    - Tenho uma surpresa para ti, sei que vais gostar muito, aliás tenho a certeza! Mas não me foi possível consegui-la mais cedo, mais vale tarde do que nunca, não é?
    E estendendo-lhe as mãos com a caixa, continuou…
    -Quero dizer-te também que sinto um grande amor por ti e sinto-me muito orgulhoso em ter-te como filha… Quero desejar-te muitas felicidades, que Deus não se esqueça de ti nem te faça seguir pelo mesmo caminho que eu…
   Dizendo isto, uma lágrima de felicidade quis fazer-se mostrar no canto do olho de Helena, respiraram os dois fundo e ele continuou…
   -Só com a força de viver, consegui superar o medo e o desgosto deste caminho tão difícil e por vezes indesejado. Mas que graças a ti se tornou muito enriquecedor. Que Deus te abençoe, minha filha…
   Ao ouvir aquelas palavras tão ricas e lindas, Helena transbordou de alegria e orgulho, ficou tão contente e comovida, que não encontrou espaço onde semear palavras semelhantes.
    -Eu também pai… Obrigada… por tudo. Foi unicamente o que conseguiu lançar pela boca fora, porque o restante ficou entalado na garganta. Só encontrou forças na vontade curiosíssima de pegar na enorme caixa e acabar de abrir.
   Depositou naquele momento toda a emoção existente nela. Ao ver o que continha ficou tão feliz e dando pulos de contentamento explodiu de alegria,
   Com um forte abraço procurou retribuir-lhe um pouco da satisfação que a contagiava. Sendo de uma pessoa tão querida, aquelas palavras ficariam para sempre gravadas no seu pequeno mundo. Tatuando o seu coração, sua vida e sua alma, eternamente.
    Aquecendo o mais gélido, pequenino e simples grão de sentimentos, que teimavam em arrefecer ou mesmo apagar algum pedaço de resistência, onde tentava germinar a força do seu optimismo, e dos sinais de valentia, existentes na sua vida, ainda tão verde.

    Por vezes o pessimismo e o medo transformavam-se em egoísmo, querendo sorrateiramente mostrar as suas garras maldosas, e somente assim conseguir ultrapassar ou até mesmo atropelar, os pensamentos mais frágeis e mais belos impedindo-os de amadurecer.
   Interditando o nascer e pouco a pouco germinar o princípio dos melhores pensamentos desta caminhada, nesta tão ambiciosa e desejada vida. Mas apesar das dificuldades existentes a valentia prosseguia sempre à frente evitando esse contágio indesejável.
    Seus olhos verdes brilhavam de tanta felicidade e humildade ao denunciarem o desespero alegremente contido. As lágrimas de ansiedade teimavam sair pelos cortinados nublados dos seus olhos humedecendo de alegria qualquer traço lá marcado.
   Era tanto o euforismo, o contentamento, e a emoção sentidos por Helena que… não sabia se havia de chorar… ou se havia de rir… era tanta a alegria, a indecisão e a felicidade… Seria só um sonho? Ela não sabia, custava-lhe muito acreditar… era bom demais… se fosse um sonho… recusava-se a despertar!..

    Era uma boneca, aquela que sempre ambicionou… aquela que sempre idealizou… mas que também sempre pensou ser impossível concretizar… pois era só um sonho… e os sonhos não se realizam. Principalmente naquele canto do mundo onde só em sonho é possível alcançar todos os desejos.
   Mas agora era real, de olhos bem abertos ela tinha aquela maravilhosa visão. Será que o sonho de tão intenso saiu da ficção e entrou para a realidade? Após tanto tempo de espera a recompensa chegava, ela permanecia à sua frente e pertencia-lhe inteiramente.
   Era linda e quase tão grande quanto ela. Possuía uns cabelos sedosos cor de cenoura ondulados, pela cintura cheirando optimamente bem. Umas pestanas negras e enormes contornavam uns belíssimos olhos cor de carvão pintados com a cor da moda, um azul céu muito bonito. E, para completar essa beleza facial, uns lábios carnudos, cor de sangue, e entreabertos davam a impressão de querer falar com Helena.
   Vestia umas roupas bastante modernas ficando-lhe lindamente bem. Um vestido cheio de folhos cor de laranja e dourado que descia até ao joelho. Tinha uma fita enrolada na cabeça a condizer com o restante, a fazer sobressair os lindos cabelos que lhe caíam pelas costas.
    Quando a tomou nos braços com toda a delicadeza e ternura, sorriu-lhe de encantamento, parecia-lhe um autêntico bebé, com uma expressão repleta de tranquilidade… Sempre que se deitava com ela, fechava os olhos fingindo dormir. Nela encontrava um abrigo cheio de paz e sossego, o tal que só existe na ingenuidade.
   Tornou-se na sua principal confidente e considerava-a a sua irmã mais nova… Aquela que nunca teve a sorte ou o azar de conhecer pois a sua mãe perdera o bebé.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Spelbound - Britain's Got Talent 2010 - Auditions Week 2

Muitas vezes somos espectadores de talentos incríveis, pois existem muitos talentos escondidos...

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Musica é Eros Ramazzotti & Andrea Bocelli (traduccion)


Musica é: Quando duas grandes vozes se juntam... quando se fala com o coração... quando as palavras são apenas brisas de poesia e perfumam o ar que as envolve.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

MAIS UMA HISTÓRIA INFANTIL


                         O SONHO DO RICARDO



  Era uma vez, uma linda criança que se chamava Ricardo e que morava numa casa pequena e repleta de simplicidade, juntamente com os seus pais e três irmãs mais novas, Beatriz, Susana e Júlia.
   Ricardo caminhava alegremente nos seus dez anos de idade, bastante satisfeito, reservado e pobre, vivia feliz, simplesmente por existir.
  Pois sendo uma família humilde e ele o mais velho dos irmãos, por essa razão, sentia a obrigação de ser o responsável.

  Estávamos no princípio do Verão e como era costume, Ricardo fazia sempre questão de levar suas irmãs quando iam regar a horta, que ficava um pouco distante de sua casa.
  Pois deliciavam-se ao passearem debaixo das árvores, nas suas sombras, onde ao mesmo tempo comiam as frutas da época. Eram as amoras, as pêras, os morangos, os pêssegos e, até, já as uvas. 
   Ricardo, gostava de apanhar todo o tipo de fruta, e partilhá-la com Júlia, Beatriz e Susana, ao pé do riacho com água, fresca e sempre corrente, onde eles comiam gostosamente.
  Quando nessa tarde, depois de estarem os quatro, sentados, debaixo das árvores e prontos para satisfazerem aquela vontade de comer, as frutas da época. Ricardo olha, fixamente, para o vermelho dos morangos acabados de lavar e que mantinha nas mãos, quando vê nascer algo pequeno, mas que crescia lentamente.
  Parecia a imagem do pai natal que vagarosamente se mostrava defronte deles.
  Ricardo admirado e com bastante receio fez um pequeno esforço, ao abrir os olhos que se recusavam a abrigar o que estava na sua frente, e viu uma paisagem cheia de neve. Mas, no fundo desse desenho existia, um pinheirinho de Natal, com algumas lâmpadas coloridas a enfeitá-lo e todo coberto de algodão branco a imitar a neve.
   Este era idêntico ao que habitualmente lhe enfeitava a casa, na época Natalícia. Ao lado dele aparecia também uma mesa repleta de doces que continha todo o tipo de bolos, chocolates e guloseimas concebidos pela sua imaginação, mas que nunca teve a oportunidade de provar. Ao lado da mesa encontrava-se a lareira, com labaredas bem vivas, que, ao mastigarem os troncos de madeira, a transformavam num saboroso borralho. Era igual àquele que permanecia em sua casa e junto do qual se aqueciam nas noites frias de Inverno.
  Quando de repente, vê ao pé da chaminé, o mesmo homem vestido de vermelho, com barbas e cabelo branco, que só podia ser o pai Natal. Este sorria-lhe ao estender-lhe o saco de presentes e dizia-lhe baixinho:
  - Toma, tens aqui os presentes que tanto ansiavas! São teus! E Nunca te esqueças de fazer o que o teu coração te mandar. Ele é o principal motor da tua felicidade! Ao dizer estas palavras evaporou-se deixando uma magia no ar… e o saco com os presentes no chão, defronte deles.

   Depois de saborear todos aqueles maravilhosos doces, e distribui-los com suas irmãs, dirigiu o seu apetite atenção para o saco que permanecia na sua frente, e suas irmãs ao lado, a contemplar aquele cenário.
  Ricardo e suas irmãs avançaram na direcção do saco e começaram a tirar e a admirar os presentes nele contidos: havia três grandes e lindas bonecas, algumas roupas de Verão, camisolas de Inverno e até livros o saco continha, alem dos carrinhos dedicados a ele.
  - Olha que linda boneca! Dizia Beatriz, a mais nova enquanto dava um passo em frente.
  - Repara só que lindas! Só podem ser para nós! Dizia a irmã mais velha, com a felicidade à flor da pele.
  Repentinamente Ricardo sente uma forte emoção, pois tudo o que ele sonhou permanecia ali. As bonecas que ele sempre desejou oferecer as suas irmãs estavam ali, ate livros com histórias lá se encontravam.
   Então olharam uns para os outros, sem saber o que dizer e como se digerissem uma magia com um sabor inesgotável… Encolheram os ombros bastante admirados e cheios de alegria.
  Viveram a beleza da neve em pleno Verão e onde toda a felicidade inundava a pureza das suas almas.
   Aprenderam que a magia do Natal é todos os dias, e que não existem datas precisas para se oferecer a quem mais precisa… Ficaram com a brisa fresca e perfumada da natureza, os frutos e com as suas almas mais enriquecidas em sentimentos, sonhos e aspirações...